No dia 18 de março, o governo do estado de SP acenou com uma linha de crédito para estabelecimentos com faturamento mensal de até R$ 30 mil, além de suspensão de tarifas de abastecimento e retomada de incentivos fiscais sobre leite e carne. Mas parece que quem ganhar acima de R$ 30 mil continuará deixado de lado, sem meios de trabalhar, produzir e pagar dívidas.

No discurso e no papel qualquer medida é bonita, mas na prática a situação é diferente. No ano passado, diversos empresários obtiveram empréstimos do governo e anistia durante alguns meses para pagamento de encargos sociais.

Porém, no final do primeiro semestre de 2020, a fatura chegou. Por causa da queda nas vendas, muitos não conseguiram pagar as taxas e impostos cobradas de uma só vez. Quem conseguiu escapar acumulou dívidas.

Caso consigam obter este dinheiro do governo paulista será para pagar débitos antigos e a situação não vai mudar. Igual cartão de crédito, ao assumir os novos empréstimos, com prazo de pagamento de 60 meses, 1 ano de carência e taxa de juros de 1% ao mês, mais a Selic, o quadro pode piorar.

É igual pedir dinheiro emprestado para pagar outro credor. O governo paulista precisa é de criar condições reais para que o micro e pequeno empresários, responsáveis pela maioria dos postos de emprego gerados, possa produzir e ter segurança real de trabalhar, sem as péssimas surpresas da obrigação de abaixar as portas por dias e até semanas.