A montadora Ford anunciou nesta segunda-feira (14) um PDV (Plano de Demissão Voluntária) para funcionários da fábrica em Camaçari, na região metropolitana de Salvador. A previsão é de demitir 2.300 empregados com o fim de um dos três turnos – já o sindicato dos metalúrgicos diz que a proposta formalizada pela montadora foi de 2.000 demissões.

No comunicado distribuído aos funcionários, a Ford atribui ao “agravamento da crise econômica” os motivos para propor o PDV.

A montadora deve encerrar o terceiro turno de produção em Camaçari a partir de março de 2016, o que, segundo o anúncio, provocará “um excedente de mão de obra de aproximadamente 2.300 profissionais”.

O sindicato dos metalúrgicos diz que está em negociação há 15 dias para tentar que a montadora implante outras medidas além do PDV, como férias coletivas a partir de fevereiro e o lay off (afastamento temporário) a todos os funcionários previstos para serem desligados e que não venham a aderir ao PDV.

Os metalúrgicos não descartam greve caso a Ford não aprove as demais alternativas ao PDV. “Se a empresa simplesmente ao fim demitir em massa, nós já aprovamos em assembleia e vamos entrar em greve por tempo indeterminado”, disse o presidente do sindicato Júlio Bonfim.

Em nota, a Ford diz que abriu o PDV “devido à necessidade de ajustar a produção à demanda de mercado” e que os empregados poderão aderir entre 4 e 15 de janeiro.

“Esta medida tem como objetivo adequar o excedente da força de trabalho decorrente do encerramento do turno da noite desta unidade a partir de Março de 2016”, encerra a nota.

Segundo a Ford, há 9.000 empregados diretos no complexo de Camaçari, entre Ford e parceiros –o sindicato dos trabalhadores estima em 12 mil, além de 2.500 prestadores de serviço.