Na véspera, moeda dos EUA subiu 1,7%, vendida a R$ 3,6524.
Mercado repercute chance de Lula assumir ministério.

O dólar sobe forte ante o real nesta terça-feira (15), com notícia de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria aceitado se tornar ministro, o que operadores entendem que poderia postergar ou reduzir as chances de eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff. Na véspera, a moeda fechou em alta, interrompendo sequência de 4 quedas seguidas.

A moeda norte-americana chegou a reduzir a alta durante a manhã, após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar delação premiada do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que incluiria acusações contra Lula e Dilma. Mas o movimento durou pouco e logo o dólar voltou a ganhar força após a notícia de que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, teria oferecido ajuda em troca de silêncio. O petista nega ter tentado impedir a delação.

Às 15h39, a moeda norte-americana subia 3,27%, a R$ 3,7721.

Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, alta de 1,85%, a R$ 3,7203.
Às 9h50, alta de 1,91%, a R$ 3,7222.
Às 10h10, alta de 1,6%, a R$ 3,7109.
Às 10h40, alta de 1,37%, a R$ 3,7025.
Às 11h10, alta de 1,57%, a R$ 3,7099.
Às 11h19, alta de 0,86%, a R$ 3,684.
Às 11h50, alta de 1,79%, a R$ 3,7179

Às 12h30, alta de 2,1%, a R$ 3,7289.
Às 13h10, alta de 2,1%, a R$ 3,729.
Às 13h29, alta de 2,17%, a R$ 3,732.
Às 13h39, alta de 2,53%, a R$ 3,7448.
Às 13h59, alta de 2,92%, a R$ 3,7592.
Às 14h39, alta de 2,89%, a R$ 3,7581.
Às 14h59, alta de 2,7%, a R$ 3,7511.

Cenário político
“Se o governo der uma guinada populista agora, o país vai piorar cada vez mais rápido”, disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho, à agência Reuters, acrescentando que a possível volta de Lula para o governo “reduz a chance de impeachment e prolonga a discussão. É a última cartada”.

Lula viaja a Brasília nesta terça-feira para conversar com a presidente Dilma e fechar sua ida para um ministério, que poderia ser a Casa Civil ou a Secretaria de Governo. O ex-presidente estaria negociando, segundo noticiou a imprensa, mudanças na política econômica.

Lula ficaria encarregado das relações políticas, em um momento em que o PMDB, principal partido da base aliada, dá sinais de que pretende se afastar do governo, com alguns membros do partido apoiando o processo pelo impeachment de Dilma.

Segundo publicou no final desta manhã o colunista Lauro Jardim, do Globo, Lula já aceitou ser ministro apesar de que ainda teria uma conversa definitiva com a presidente sobre sua nomeação.

“Boa parte do mercado deve estar revendo para baixo as projeções sobre a chance de impeachment”, disse o operador de uma corretora nacional.

A perspectiva de mudança no governo agrada muitos investidores, que acreditam que o movimento pode ajudar a pavimentar o caminho para a recuperação da economia brasileira. Alguns ressaltam, porém, que o quadro de incertezas serve de entrave para o reequilíbrio econômico.

Nesse sentido, o avanço da moeda perdeu força por alguns momentos no fim da manhã após a notícia de que o STF homologou delação premiada de Delcídio. O senador foi preso em novembro acusado de tentar obstruir os trabalhos da operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção na Petrobras.

Cenário externo
Nesta sessão, a alta do dólar frente ao real vinha também em linha com os mercados externos, onde predominava a aversão a ativos de maior risco. A queda dos preços do petróleo –reflexo de preocupações com as perspectivas para a oferta– e a decepção com a falta de novos estímulos pelo banco central do Japão mantinham o ambiente de apreensão.

O Federal Reserve, banco central norte-americano, anuncia sua decisão sobre os juros na quarta-feira. Espera-se que o Fed mantenha os juros, mas o comunicado será monitorado de perto em busca de pistas sobre sua estratégia para quando voltará a elevar as taxas.

Eventual aumento de juros nos EUA pode levar à saída de dólares de países considerados menos seguros, como o Brasil.

Véspera
Na véspera, o dóalr fechou em alta de 1,7%, vendido a R$ 3,6524  – maior avanço desde 16 de fevereiro (1,86%), após ter acumulado queda de 10,30% no mês até a véspera. No mês, o dólar ainda acumula queda de mais de 8%. No ano, a desvalorização é de 7,5%.

Atuação do BC
Nesta manhã, o Banco Central realizou mais um leilão de rolagem dos swaps com venda integral dos 9,6 mil contratos que vencem em abril. Até o momento, o BC já rolou US$ 5,067 bilhões, ou cerca de metade do lote total para abril, que equivale a US$ 10,092 bilhões.