Só na cidade de São Paulo, o comércio varejista fechou 14,2 mil vagas nos primeiros sete meses de 2015.

Trata-se do pior resultado para o período, segundo pesquisa da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), que considera dados do Ministério do Trabalho desde 2007.

O setor mais afetado foi o de vestuário, tecido e calçados, responsável por 48% dos cortes no período, apesar de responder por apenas 15,4% das vagas.

O saldo negativo do comércio como um todo, até julho, é quase o dobro das 7.049 vagas fechadas no mesmo período de 2014 e representa uma queda de 2,1% no estoque de vagas da capital desde o início do ano.

Com o resultado em julho, o comércio contabiliza 666.074 trabalhadores na capital paulista.

“Em um momento em que a inflação chega a quase 10% [9,56% em 12 meses até julho, segundo o IPCA] e de alta dos juros, o consumidor deixa de investir em itens de desejo, como calçados, e se concentra em bens essenciais”, diz Jaime Vasconcellos, assessor econômico da FecomercioSP.

No setor de supermercados, por exemplo, o corte atingiu 0,5% (1.024) de seu estoque de vagas neste ano até julho, enquanto o setor de vestuário, tecido e calçados teve redução de 6,3% (6.924).

Segundo Vasconcellos, os cortes mais radicais no consumo vêm das classes média e baixa, que destinam uma proporção maior de sua renda às compras.

Claudia Urias, diretora da Univinco (União dos Lojistas da Rua 25 de Março e Adjacências), conta que a região da 25 de Março teve queda de cerca de 30% no faturamento neste ano. O saldo foi 18 lojas fechadas no período.

“Esse pessoal já estava trabalhando no vermelho desde o ano passado, mas agora a situação piorou”, diz ela, que afirma que nenhuma loja havia sido fechada no mesmo período de 2014.

Único a apresentar saldo positivo na capital, o setor de farmácias e perfumarias contratou 1.161 pessoas (alta de 2,1%) até julho.

Fonte: Folha de S.Paulo