Engenharia, alimentos, varejo, agronegócio, jurídico, cosméticos e beleza compõem a relação criada por profissionais de recursos humanos

A aproximação de 2017 reforça as esperanças de quem procura colocação no mercado de trabalho. Para que a busca seja objetiva, profissionais de recolocação profissional e gestores de carreira apontam segmentos com maior probabilidade de abrir postos de trabalho.

São eles: agronegócios, jurídico (especialmente nos ramos de contencioso, trabalhista e compliance), tecnologia, cosméticos e beleza, recursos humanos, engenharia, alimentos, varejo, exportação, farmacêutico, saúde (tanto indústria de equipamentos quanto serviços), e financeiro (especialmente para as áreas de seguros e riscos).

Consultora sênior de carreira na Thomas Case & Associados, Marcia Vazquez acrescenta que também é possível apontar áreas de atuação que serão mais demandadas em 2017.

Segundo ela, contabilidade e auditoria, marketing digital, gestão de negócios e pessoas, logística, vendas técnicas, qualidade e planejamento estão entre as que terão maior procura de profissionais. “O aumento na demanda será acompanhado por acréscimos salariais interessantes nessas áreas”, diz.

Os consultores afirmam que a área de tecnologia continuará abrindo vagas para engenharia de software, web, mobile, internet das coisas etc.

Diretor da Talenses, Rodrigo Viana diz que em termos de volume de oportunidades, o próximo ano será um pouco melhor que o atual. “Mas ainda estaremos longe de conseguir suprir a demanda reprimida existente no mercado.”

Segundo ele, segmentos como o de bens de consumo e de serviços não pararam de contratar mesmo na crise, embora em volume menor. “Olhando para o setor de bens duráveis, destaco o segmento de vestuário, que tem movimentação constante. As pessoas precisam se vestir, o valor do tíquete médio pode baixar, mas vai continuar movimentando a economia.”

Viana aponta como áreas de contratação forte em 2017 as de marketing digital e compliance.
“Também vejo pequeno retorno de engenharia, que sofreu demais durante a crise.”

Advogado associado do escritório Stocche Forbes e especialista em compliance, Paulo Casagrande afirma que os escritórios têm treinado advogados de seu corpo de associados e também contratado pessoas que têm essa expertise para aumentar a capacidade de atender clientes nessa área.

Casagrande diz que grande parte de advogados que está no mercado de trabalho tem buscado treinamentos e experiências na área, para que possam assumir novas posições. 

Vale lembrar que o curso de compliance é voltado para profissionais com formações diversas e não somente advogados. Instituições de ensino como Ibemec, Insper, FIA e Fundação Getúlio Vargas estão entre as que oferecem a formação.

O advogado conta que a atividade, além de atender questões relacionadas à prevenção contra corrupção corporativa, também pode ser exercida em outras áreas. “Podemos falar em compliance trabalhista, ambiental, tributário, antitruste etc”, afirma.

Segundo ele, outro aspecto importante da atividade está relacionado às operações de fusões e aquisições. “Assessoramos a compra ou venda de empresas e ativos. Nessas análises, além de estarem presentes questões de responsabilidade tributária, ambiental e trabalhista, cada vez mais tem sido necessário verificar aspectos de práticas ilícitas relacionadas a corrupção e suborno.”

Com atuação no segmento de agronegócio, a Nexsteppe emprega profissionais das áreas de marketing, vendas, logística, melhoramento genético e agrônomos, e pretende contratar no próximo ano.

Segundo o vice-presidente na América Latina, Ricardo Blandy, a pior fase da recessão econômica já passou. “O final de 2015 foi difícil, assim como vinha sendo 2016. Mas a partir de agosto, no entanto, nossos investidores e clientes começaram a ficar mais otimistas. A ideia é crescer em 2017. Ainda não temos números fechados, mas projetamos aumentar as vendas de 20% a 50%. Em 2016 tivemos de demitir pessoas, a partir de 2017 esperamos não só parar de cortar como voltar a contratar”, afirma.

Blandy conta que a Nexsteppe é uma empresa que produz sementes e depois vende às indústrias a matéria-prima chamada sorgo para a produção de energia, biogás, etanol e outras formas renováveis de energia.

“Atendemos usinas de álcool, grandes processadores de alimentos e de grãos, produtores de energia e cooperativas. São indústrias que de alguma forma, dependem da biomassa”, diz.

Ele conta que as sementes de sorgo são plantadas por parceiros e que depois de três a quatro meses do ciclo da cultura, o volume é colhido e queimado em caldeiras para a produção de energia limpa. “A empresa foi criada em 2010 para oferecer uma opção aos produtores da bioeconomia – economia sustentável que reúne setores que utilizam recursos renováveis.”

Coach e gestora de carreiras, Andrea Deis diz que existem profissões que independentemente da crise são essenciais, outras são modismos, e há as que são tendência mercadológica. “Não se pode fechar os olhos para as tendências, as mudanças são muito rápidas e contínuas. É preciso olhar atento ao hoje para manter a empregabilidade amanhã”, afirma.

Entre os desafios do futuro que indicam tendências de carreiras para 2017, a especialista aponta urbanização e infraestrutura. “A população crescente e o espaço geográfico delimitado fazem com que a preocupação em relação a sustentabilidade ambiental e a revitalização de espaços existentes criem oportunidades nas áreas de urbanismo, arquitetura e engenharia. Esses profissionais também terão de pensar em soluções relacionadas ao consumo de energia e água