Motivo: opção do governo por “de impor aos trabalhadores e aos brasileiros mais humildes o ônus dos ajustes econômicos e sociais representados pelas propostas de reforma trabalhista e da Previdência Social”

O secretário-geral da central Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, renunciou nesta quinta-feira 25 ao posto que ocupava no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão. Criado pelo ex-presidente Lula, o organismo informal de consulta presidencial foi retomado no ano passado por Michel Temer.
Abaixo, a íntegra da carta de renúncia:
OFSECGERAL Nº São Paulo, 25 de maio de 2017.

AO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR
MICHEL TEMER
MD. PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
BRASÍLIA – DF

Senhor Presidente,

Venho apresentar, em caráter irrevogável, minha renúncia ao cargo de membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), colegiado de assessoramento do Presidente da República.
Tal decisão justifica-se pelo fato de o governo de Vossa Excelência ter optado pelo caminho de impor aos trabalhadores e aos brasileiros mais humildes o ônus dos ajustes econômicos e sociais representados pelas propostas de reforma trabalhista e da Previdência Social, medidas que buscam extinguir direitos fundamentais conquistados pela luta histórica do povo trabalhador e do movimento sindical brasileiro, adotadas a toque de caixa e sem a necessária negociação e construção de consensos, o que deveria comandar a ação de um Conselho plural e tripartite como é o caso do CDES e de qualquer governo democrático preocupado com o bem-estar do povo.
Sendo o que tenho para o momento, firmo a presente.

Atenciosamente,

João Carlos Gonçalves (Juruna)
Secretário-geral da Força Sindical