O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira (18) pedido de impeachment do presidente Michel Temer.
O documento, assinado pelo senador e pelo Partido Rede Sustentabilidade, será analisado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a quem cabe aceitar ou não a denúncia de crime de responsabilidade. Se for aceito, será criada uma comissão especial para analisar o assunto.
No pedido, Randolfe argumenta que, segundo as reportagens publicadas na imprensa, Temer teria participado na “compra do silêncio de Eduardo Cunha” e que “se valeu do cargo público, sua envergadura institucional e sua influência e trânsito sobre as estruturas de Estado para favorecer-se, obstar a sua própria responsabilização criminal e a de terceiros aliados”.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, Temer teria dado o aval para que repasses de dinheiro fossem feitos para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Um ex-assessor de Temer, o atual deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), aparece em imagens gravadas pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil.
Ele aponta que houve atentado à probidade na administração, porque Temer procedeu de modo “incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”. Define também que houve atentado ao livre exercício do Poder Judiciário, tendo em vista a prática de embaraço a investigação de infração penal.
Em plenário, Randolfe disse que a renúncia seria a melhor saída, mas que protocolizou o pedido de impeachment “porque estamos cumprindo com a nossa obrigação”.
— Impeachment é um processo traumático. A solução estaria na vontade popular. Deveríamos votar a proposta de emenda constitucional que estabelece eleições diretas já — propôs.