A qualidade das rodovias brasileiras concedidas para a iniciativa privada piorou entre o ano passado e este ano, aponta uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada nesta terça-feira (7).
Segundo o estudo, 25,6% da extensão das pistas que deixaram de ser administradas pelo poder público são consideradas regulares, ruins ou péssimas. Os dados demonstram uma inversão na tendência de melhoria observada desde 2014.
A piora observada pela CNT também se aplica para as rodovias geridas por órgãos de governo. Juntando todos os tipos, o grupo qualificado como regular, ruim ou péssimo atingiu 61,8% neste ano – contra 58,2% no ano passado. Do outro lado da ponta, a parcela de vias consideradas em bom ou ótimo estado caiu de 41,8% para 38,2% do ano passado para cá.
Foram analisados 105.814 quilômetros de rodovias – 147 federais (BRs) e 395 estaduais – para embasar os resultados. O estudo observou critérios como sinalização, qualidade do pavimento (como o asfalto) e geometria das pistas: houve piora em todos eles.
Isso se reflete em cada vez mais gastos para transportar cargas e passageiros, afirma a CNT. Um exemplo é o “desperdício” de diesel, estimado em 832 milhões de litros, por causa das inadequações encontradas no asfalto: o que deve trazer prejuízo de R$ 2,54 bilhões aos transportadores.
“Em 2011, os investimentos públicos federais em infraestrutura rodoviária foram de R$ 11,21 bilhões; em 2016, o volume investido praticamente retrocedeu ao nível de 2008, caindo para R$ 8,61 bilhões. Este ano, até o junho, foram investidos apenas R$ 3,01 bilhões”, frisa o estudo.
Pontos críticos
A pesquisa da CNT localizou 163 pontos críticos em rodovias brasileiras (veja aqui onde ficam). O Pará é o estado com maior número de trechos considerados problemáticos (36 dos 163). Eles ficam nas BR-153, BR-155 e BR-163. A maior parte (75%) é referente a buraco grande. O restante, a erosão na pista.
Os outros pontos críticos levantados pelo estudo ficam em Acre, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco (onde fica o único caso de queda de barreira), Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins.
Mapa mostra onde ficam pontos críticos e outros principais problemas em rodovias brasileiras (Foto: Reprodução)
Top 10
O levantamento também compilou as melhores e piores “ligações rodoviárias” do país. São extensões formadas por uma ou mais rodovias federais ou estaduais com importância socioeconômica e volume significativa de circulação, interligando duas ou mais unidades da federação. Todas elas passam por São Paulo.
Top 10 melhores
Posição | Nome | Rodovias | É concessão? |
1º | São Paulo – Limeira | SP-310/BR-364, SP-348 | Sim |
2º | Campinas SP – Jacareí SP | SP-065, SP-340 | Sim |
3º | Bauru SP – Itirapina SP | SP-225/BR-369 | Sim |
4º | São Paulo SP – Uberaba MG | BR-050, SP-330/8R-050 | Sim |
5º | Barretos SP – Bueno de Andrade SP | SP0-326/BR-364 | Sim |
6º | São Carlos SP- S.João Boa Vista SP – S.José Rio Pardo SP | SP-215/BR-267, SP-350, SP-350/BR-369 | Sim |
7º | Ribeirão Preto SP | SP-330/BR-050, SP-333 | Sim |
8º | Sorocaba SP – Cascata SP – Mococa SP | SP-075, SP-340, SP-342, SP-344 | Sim |
9º | São Paulo SP – Itaí SP – Espírito Santo do Turvo SP | SP-255, SP-280/BR-374 | Sim |
10º | Piracicaba SP – Moji Mirim SP | SP-147, SP-147/BR-373 |