Ela de novo disse ser vítima de golpe e criticou possíveis medidas de Temer.

A presidente Dilma Rousseff anunciou mais 25 mil moradias para o programa Minha Casa Minha Vida Entidades, prorrogação de contratos do profissionais do Mais Médicos e aumento da licença-paternidade para funcionários públicos. Ela também propôs a correção da tabela do Imposto de Renda para pessoa física.

Durante o discurso em São Paulo, Dilma voltou a atacar o processo de impeachment, disse ser vítima de golpe e criticou as possíveis medidas do vice-presidente Michel Temer caso assuma a Presidência.

Dilma disse ainda que Temer poderá cortar vagas do Bolsa Família. “Falam que vão dar Bolsa Família só para os 5% mais pobres. São 10 milhões de pessoas. Hoje, o Bolsa Família atende 47 milhões. Serão 36 milhões que serão entregues às livres forças do mercado para se virar”, disse.

A presidente também propôs a correção de 5% na tabela do Imposto de Renda para pessoa física a partir do ano que vem além de outras medidas (veja mais abaixo).

Controvérsia sobre o reajuste

Veja as medidas anunciadas por Dilma Rousseff:

– Reajuste de 9% para beneficiários do Bolsa Família.

– Proposta de correção da tabela Imposto de Renda Pessoa Física em 5%, a partir de 2017.

– Proposta de contratação de pelo menos 25 mil moradias do “Minha Casa, Minha Vida Entidades”, com os movimentos do campo e da cidades.

– Criação do Conselho Nacional do Trabalho (Conselho Tripartite), com representação dos trabalhadores, empresários e governo.

– Proposta de ampliação da licença-paternidade para funcionários públicos de 5 dias para 20 dias

– Criação do plano safra da agricultura familiar para garantir recursos tanto para o programa de aquisição de alimentos como para assistência técnica.

Os anúncios integram uma série de medidas divulgadas antes de o plenário do Senado deliberar, no próximo dia 11 ou 12, sobre o afastamento por 180 dias da presidente por meio de processo de impeachment.

Reajuste da tabela do IR

No sábado (30), Dilma se reuniu com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, no Palácio da Alvorada, para acertar os detalhes das medidas. Com a disparada da inflação em 2015, que atingiu 10,67% pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a tabela do IR passou a acumular uma defasagem de 72,2%, segundo o Sindifisco Nacional. Em 2015, a correção média da tabela do IR em 2015 foi calculada em 5,6%.

Em 2016 a tabela não foi corrigida até o momento, sob o argumento que não há espaço no orçamento.

Hoje só não paga Imposto de Renda na fonte quem ganha até R$ 1.903,98 mensais. Se a tabela tivesse sido corrigida nos últimos anos acompanhando sempre a inflação, o limite de isenção estaria em R$ 3.250, segundo cálculo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT).

Fonte: G1