Intenção de contratação no país é de -10% para o próximo trimestre.
Rio de Janeiro é a localidade com os empregadores mais pessimistas.

A expectativa de contratação de profissionais para o próximo trimestre no Brasil não é boa, mostrou a pesquisa “Expectativa de Emprego no Brasil” do ManpowerGroup, consultoria de soluções de gestão e contratação de pessoas.

A pesquisa mostra que as intenções de contratação para o segundo trimestre do ano caíram 2 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior, saindo de -8% para -10%. Em comparação com o mesmo período de 2015, o recuo foi de 8 pontos percentuais. O estudo continua a apontar estabilidade no volume de empregadores que não pretendem mexer na folha de pessoal entre abril e junho (68%) e um leve recuo nas intenções de reduzir o quadro de colaboradores, de 19% para 16%.

“Os dados da pesquisa traduzem a cautela do empresariado, que continua receoso em tomar decisões frente à incerteza econômica nacional”, avalia Nilson Pereira, CEO do ManpowerGroup Brasil.

Por setor
Na comparação trimestral, as intenções de contratação aparecem mais fracas em cinco setores e em três regiões do Brasil; e na anual, em seis setores e em todas as cinco regiões do país.

As mais fracas intenções para contratação continuam no setor da construção, que tem índice de -24%. Esse resultado significa um aumento de 5 pontos percentuais na variação trimestral e queda de 4 pontos em relação ao mesmo período do ano passado.

Empregadores brasileiros de três setores reportaram, para o segundo trimestre do ano, os mais fracos índices desde que a pesquisa começou a ser realizada: a área de agricultura, mineração e pesca, que atingiu patamar de -17%, o que significa retração de 7 e 21 pontos percentuais na variação trimestral e anual, respectivamente; a área de transportes, que tem índice de -16% e queda de 11 pontos percentuais em relação a 2015; e o setor de varejo, com -15% de intenção de admissão, trazendo queda de 13 e 20 pontos percentuais na variação trimestral e anual, respectivamente.

Porém, o setor da administração pública e da educação se mostra o mais otimista para o período, com intenção de admissão positiva, em 4%. Em comparação com o primeiro trimestre do ano, o índice permanece estável, mas em relação ao segundo trimestre de 2015 registrou alta de 5 pontos percentuais.

Por região
O mais forte plano para contratações no Brasil está no estado de Minas Gerais, onde as intenções para admissões registram alta de 4 pontos percentuais quando comparadas com o primeiro trimestre de 2016. Porém, o estudo ainda revela perspectivas negativas para o estado, de -4%, o que denota certa estabilidade na variação anual.

Já o estado do Rio de Janeiro é a região onde os empregadores se mostram mais pessimistas para o próximo período. As perspectivas para contratações no estado estão em   -16%, em queda de 4 pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e de 18 em relação ao mesmo período do ano passado.

Em São Paulo e no Paraná, as perspectivas também são negativas. No primeiro, as perspectivas são de -13%, o que significa recuo de 3 pontos na variação trimestral e de 8 na anual; e no segundo, de -11%, caindo 7 e 9 pontos respectivamente.

No mundo
Os empregadores de 39 dos 42 países e territórios avaliados pelo estudo pretendem aumentar o seu volume de contratações durante o período de abril a junho do ano que vem.

Os planos se mostram especialmente mais otimistas em oito dos 42 países, comparativamente com o trimestre anterior, e mais pessimistas em 22 nações. Na variação anual, o estudo revela intenções mais positivas em 12 regiões e mais negativas em 23.

Índia, Taiwan, Japão, Guatemala e Colômbia são os locais com os mais fortes planos de contratação em todo o mundo no período. Em contrapartida, Brasil, Itália e França concentram os principais recuos sinalizados na pesquisa.