3,2% dos brasileiros trabalhavam nas administrações municipais em 2015.
Fatia de servidores frente à população cresceu é maior no Centro-Oeste.

O número de servidores trabalhando direta ou indiretamente na administração dos municípios brasileiros cresceu 37,4% desde 2005, segundo estudo divulgado nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado, 6,55 milhões de brasileiros trabalhavam direta ou indiretamente em administrações municipais em 2015 – em 2005, eram 4,77 milhões.

Esses números significam que, de 2005 a 2015, cresceu de 2,6% para 3,2% a fatia da população brasileira que trabalham para as administrações municipais.

A pesquisa considera a população do país em 2005 como sendo de 184.184.264 habitantes, e em 2015, de 204.450.679.

“É um aumento considerável, mas não se pode esquecer que: primeiro estamos falando de dez anos. Nesses dez anos, a população dos municípios também cresceu. Fator que não se pode esquecer. Em 2005, tinham 5560 municípios, e em 2015, 5570. Então, foram criados mais dez municípios, mais dez prefeituras. Com isso, aumenta o número de servidores públicos”, disse Vania Maria Pacheco, gerente de população e indicadores sociais do IBGE.

Regiões
Por regiões, a pesquisa mostra que o Centro-Oeste é a que tem a maior proporção de servidores municipais em relação à população total, de 3,7%. O percentual, no entanto, é o mesmo nos dois anos avaliados.

Na região Sul, essa fatia cresceu de 2,3% para 3,1% – um aumento de 0,8 ponto percentual, o mesmo registrado na região Norte (de 2,6% para 3,4%). O crescimento da fatia foi menor no Nordeste, de 0,7 ponto percentual (de 2,9% para 3,6%).

Já o Sudeste viu essa fatia crescer 0,5 ponto percentual, passando de 2,3% para 2,8% – a menor participação dos servidores municipais em relação à população total entre as regiões do país.

servidores municipais (Foto: Reprodução/IBGE)(Foto: Reprodução/IBGE)

Modalidade
Nos dois anos considerados pelo IBGE, a maioria dos servidores nas administrações diretas dos municípios era de servidores estatutários – 2,88 milhões em 2005 e 3,9 milhões em 2015.

A segunda maior modalidade contratual era a dos sem vínculo permanente, com 723 mil
1,315 milhão, respectivamente, em 2005 e 2015.

Os somente comissionados eram 380 mil em 2005 (8,5%) e 514 mil em 2015 (8,3%). Já os servidores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) representavam 7,9% (494 mil), em 2015, e 11,4% (513 mil), em 2005.

Terceirização
Em 2015, 85,8% dos municípios contratavam serviços de assessoria de terceirizados. De acordo com o IBGE, a assessoria contábil/financeira era a mais frequente. Ela era contratada por 82,9% dos municípios que contratam assessorias. Assessoria jurídica era contratada por 72%.

A pesquisa mostrou também que a contrataçao da assessoria ocorre, em sua maioria, em municípios de menor porte populacional, atingindo 88,4% dos municípios com até 5 mil habitantes.

“O que gente percebe é que quanto menor a classe e população do município, maior era o percentual de município que contratava assessoria”, explicou Vania Maria Pacheco.

O levantamento mostrou ainda que 85,6% dos municípios contratam empresas para realizar pelo menos uma das atividades analisadas. A coleta de resíduo sólido hospitalar foi apontada por 76,1% dos municípios que terceirizavam serviços, seguido de coleta de resíduo domiciliar, com 53,6%.