O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse na quarta (10) que a queda da inflação mostra que o ajuste fiscal está surtindo efeito. “É uma notícia positiva, a inflação está reagindo ao ajuste fiscal, taxa de juros estrutural caindo.
O que leva também a uma queda da inflação à medida que a economia demanda menos taxa de juros de equilíbrio”, disse o ministro, após participar do congresso da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais.
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechou abril com variação de 0,14%, resultado 0,11 ponto percentual inferior ao de março (0,25%). Com o resultado de abril, a inflação dos últimos 12 meses é de 4,08%, a menor taxa em 12 meses desde julho de 2007.
Segundo Meirelles, a desaceleração da inflação indica uma melhora da confiança dos agentes econômicos e, consequentemente, um ajuste da economia. “Em uma situação de incerteza, os formadores de preço tendem a aumentar os preços, mesmo que a demanda esteja baixa, para poder se defender. No momento [em] que existe um ajuste fiscal, [em] que a política monetária do Banco Central é bem-sucedida e firme, nós temos uma queda das expectativas de inflação, os tomadores de preços tendem a aumentar menos os preços. A inflação cai, refletindo a situação do país”, acrescentou.
Desemprego
Segundo Meirelles, o desemprego deve acompanhar a melhora da economia e começar a cair na segunda metade do ano. “Nossa expectativa é que o desemprego comece a cair a partir do segundo semestre. O desemprego reage com uma certa defasagem em relação à atividade econômica”, ressaltou.
Os últimos números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil fechou o mês de março com 14,2 milhões de desempregados, uma taxa de 13,7%, ante os 10,9% registrados no mesmo período de 2016.
O ministro disse também que a economia deve voltar a crescer em um ritmo consistente no final do ano. “Chegaremos ao final do ano crescendo bem. Esperamos entrar em 2018 com o ritmo de crescimento de cerca de 3% ao ano”, destacou.
De acordo com Meirelles, esse resultado depende, no entanto, da votação das reformas, em especial a da Previdência, no Congresso Nacional. “Nossa expectativa é que as reformas sejam aprovadas no primeiro semestre. Se porventura, alguma votação importante for deixada para agosto, não é o ideal, mas em uma reforma de longo prazo, não é isso que vai influenciar o sucesso da reforma. Agora, esses dois meses podem ser muito importantes para a expectativa e o crescimento econômico deste ano e do próximo.”