Quatro dos maiores bancos do Brasil registraram aumento no lucro de 21,3% no segundo trimestre, atingindo R$ 20,5 bilhões, em comparação igual período do ano passado. Para o diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, o crescimento do setor financeiro é “totalmente fora de sintonia” com a dinâmica econômica do Brasil. Clemente critica a maneira como a crise é explorada pelos bancos.

“O setor financeiro passou a ser proprietário do sistema produtivo e, com as elevadas taxas de juro, passaram a ter um retorno extremamente elevado. Os mecanismos permitem que os bancos se apropriem da riqueza do país. Na crise economia, os mais ricos acumulam mais riqueza, porque eles têm um poder econômico e político que os diferenciem da sociedade”, afirmou à Rádio Brasil Atual, sobre os resultados de Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil.

Para ele, o maior lucro trimestral para esses bancos em quatro anos só é bom para os acionistas, já que esse lucro não reflete em menores taxas para os clientes dos bancos. Clemente lembra que, apesar dos resultados, os bancários ainda são vítimas do sistema predatório do setor financeiro.

E os clientes ainda pagam tarifas altíssimas, sem contrapartida em melhores condições de atendimento, sobretudo os de renda menor. “Uma das formas de ter esse resultado é operar com a rentabilidade dos rentistas. Eles pressionam os bancários a vender todos os tipos de serviços, porque os bancos ganham muito com as taxas”, acrescenta.