Começou ontem (dia 7), em São Paulo, o seminário “Reforma da Previdência: Desafios e Ação Sindical” promovido pelas centrais sindicais e pelo Dieese, que tem como objetivo debater o tema e unificar as reivindicações que as Centrais vão defender no debate que será realizado com a sociedade e com o Parlamento.

“Somos a favor de uma reforma que dê aos trabalhadores uma aposentadoria mais justa e digna. Queremos uma Previdência justa porque hoje milhões de trabalhadores se aposentam com salário mínimo e os servidores se aposentam de forma diferente”, disse João Carlos Gonçalves, Juruna, secretário-geral da Força Sindica. “Não podemos, por exemplo, aceitar a sonegação e a isenção ao agronegócio”, explicou.

Para Juruna, o debate sobre a Previdência deve ocorrer com o que temos hoje. “Gostando ou não as pessoas estão lá no Parlamento, foram eleitas”, declarou. “Nossa Central está unidas às outras centrais para, no dia 22 de fevereiro, pressionar o Congresso Nacional e mostrar à sociedade a Previdência que queremos”, destacou.

Na abertura do seminário, os representantes das centrais sindicais ressaltaram a importância da unidade para lutar pela defesa dos direitos dos trabalhadores. Todos criticaram a idade mínima de 65 anos para aposentadoria de homens e mulheres.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que a forma como a reforma da Previdência foi apresentada pelo governo preocupa profundamente. “A  idade mínima de 65 anos impede que nordestinos de algumas localidades, os jovens e mulheres que se aposentem”, ressaltou.

“As centrais têm um papel crucial neste momento delicado do País e precisamos multiplicar as informações”, disse Raquel Kacelnikas, vice-presidente do Dieese. Já Carmem Foro, da CUT, destacou que querem acabar coma Previdência e a mulher é atingida de forma mais penosas.

Adilson Araújo, da CTB, observou que o objetivo do governo é acabar com a Previdência pública. Ubiraci de Oliveira, da CGTB;  Ricardo Saraiva, da Intersindical, e Luiz Carlos Prates, CSP-Conlutas, defenderam uma greve geral para pressionar o governo a atender as reivindicações dos trabalhadores.

Kátia Rodrigues, da nova Central, declarou que se a reforma for aprovada como o governo quer, dificilmente ela se aposentará. Já Alvaro Egea, CSB, lembrou que todos os governos tentaram fazer a revisão da Constituição de 1988 e esta é mais uma luta que os trabalhadores têm que enfrentar. “Devemos ser realistas e concordo com o Juruna que temos que levar propostas para negociar com os parlamentares”, disse.