Evento de países latino-americanos terá início nesta quarta, em Quito.
Presidentes deverão discutir temas como comércio exterior e investimentos.

A presidente Dilma Rousseff embarcará nesta terça-feira (26) para participar de reunião da cúpula da Comunidade de Estado Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), no Equador. A cúpula terá início na quarta-feira (27) com um debate público. Depois, os presidentes terão seis minutos cada para discursar.
Antes do encontro dos chefes dos países americanos, Dilma terá uma reunião bilateral com o presidente equatoriano, Rafael Corrêa.
De acordo com o Planalto, os temas que serão discutidos entre Dilma e Rafael Corrêa são comércio e investimentos, cooperação na área migratória, troca de experiências na área social e cooperação educacional.
No caso da cooperação na área migratória, o Brasil mantém acordos com o Equador, Colômbia e Peru no combate à atuação de coiotes que trazem ao país, de forma ilegal, haitianos que buscam retomar suas vidas e fugir das condições na ex-colônia francesa.
Além disso, o Equador tem interesse, segundo o Planalto, em fechar parcerias com os ministérios da Saúde e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para adotar políticas de inclusão social e combate à fome, à miséria e à desnutrição infantil.
Já na área da educação, informou a Presidência, o Equador é o terceiro país latino-americano que mais envia estudantes ao Brasil e esse dado tem chamado a atenção das autoridades, que buscam acordos para incrementar as políticas de cooperação na área.
Comércio e investimentos
Conforme o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em 2015, o Brasil exportou US$ 665,4 milhões em produtos para o Equador e importou US$ 117,7 milhões, o que resultou num fluxo comercial de US$ 783,2 milhões no ano passado – em 2014, a troca no comércio havia sido de US$ 964,9 milhões.
Segundo o governo brasileiro, há inúmeras empresas brasileiras que investem no Equador, principalmente na área de infraestrutura, por meio de financiamento do BNDES. As obras do metrô de Quito, por exemplo, têm participação de empresas brasileiras.
Mesmo assim, diz o Planalto, o país latino-americano tem reivindicado que o comércio seja mais diversificado, equilibrado e intensificado, uma vez que o fluxo caiu na comparação entre 2015 e 2014.
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Agenda

De acordo com a Secretaria de Comunicação Social, Dilma deverá embarcar para Quito por volta das 14h. Ao chegar à capital equatoriana, ela vai se dirigir ao Palácio Carondelet, sede do governo, onde será recebida com cerimônia militar. Após a reunião com Rafael Correa, os dois presidentes farão declaração à imprensa.
Antes do início da Celac, Rafael Corrêa deve receber, além de Dilma, outros presidentes que viajarão ao Equador para participar da reunião.

Maduro x Macri

No encontro entre os países latino-americanos e caribenhos, há a expectativa sobre a postura do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, com relação ao presidente recém-eleito na Argentina, Mauricio Macri. O presidente venezuelano deverá usar parte de seu discurso na cúpula para criticar o colega argentino.
No último sábado (23), Maduro que partirá “com tudo” contra Macri, que defendeu, durante as eleições presidenciais na Argentina e logo após ser eleito, a suspensão da Venezuela do Mercosul por causa das acusações de abusos de direitos humanos cometidas pelo governo socialista do presidente venezuelano, especialmente por retardar a convocação de eleições no país.
Apesar das declarações, Macri, que tem perfil ideológico conservador e oposto à esquerda socialista venezuelana, recuou dos comentários após o país realizar o pleito, no qual a oposição venezuelana derrotou os socialistas do governo e conquistou a maioria do Legislativo após 16 anos de minoria.
Macri, por sua vez, não comparecerá à Celac por recomendações médicas, já que ele fissurou uma costela, há 15 dias,ao cair enquanto brincava com sua filha de quatro anos. A recomendação é que Macri permaneça em repouso após a agenda intensa que teve nas últimas semanas, quando viajou para participar do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.
A lesão na costela dificulta o dirigente de realizar esforços respiratórios e, por isso, segundo os médicos responsáveis por cuidar dele, viagens a locais com altitude superior a 2.400 metros não são recomendáveis. A reunião da Celac será realizada em Quito, capital do Equador, e que está a cerca de 2.800 metros do nível do mar.