Em busca de preço até 30% menor, cresce o número de consumidores que compram remédio na internet, aponta pesquisa

O aperto no orçamento está levando cada vez mais os consumidores a comprarem
medicamentos em lojas online. No ano passado, o comércio eletrônico
respondeu por 6% das vendas totais de remédios que somaram R$ 70 bilhões. Em
2014, essa fatia tinha sido de 4% de uma receita global de R$ 42 bilhões.
Para este ano, a expectativa é que as vendas de medicamentos representem 10%
da receita total do setor, que deve faturar R$ 81 bilhões.

Os dados das vendas online de medicamentos fazem parte de estudo da Multi
Farmas, que monitora os preços do comércio online de remédios. “De 2014 para
2015 houve um aumento de 62% no número de pedidos de compra pela internet.
Em anos anteriores essa taxa de crescimento era bem menor”, afirma o
sócio-diretor da Multi Farmas, David Almeida.

Ele explica que, com a crise houve uma migração das compras de medicamentos
das lojas físicas para as lojas virtuais. De acordo com Almeida, os preços
dos remédios vendidos em lojas virtuais chegam a custar 30% menos do que em
lojas físicas. “A maior parte da migração (70%) ocorre por causa de preço
menor e o restante por comodidade.” Além da migração das lojas físicas para
o comércio eletrônico, ele explica que a maior procura por produtos mais em
conta está ampliando a concorrência entre as farmácias virtuais, que também
estão cortando preços.

Nacionais. A pesquisa mostra que mais da metade (55%) das ofertas de
medicamentos feitas nas lojas online são de produtos nacionais. O
sócio-diretor da empresa explica isso ocorre porque a indústria nacional tem
um número maior de apresentações de um mesmo produto.

Hoje é possível comprar pela internet não apenas medicamentos sem prescrição
médica. É que existem lojas online com ferramentas que possibilitam fazer
upload da receita médica. Ficam de fora das vendas online os medicamentos
controlados, pois eles exigem a retenção de receita médica.

Entre as cidades com maior número de compras online de medicamentos, a
pesquisa aponta São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Curitiba. Em 12 meses até
maio, as campeãs de vendas de remédios pela internet foram, pela ordem de
importância, foram as  drogarias Ultrafarma, DrogaRaia.com, Onofre em casa,
Drogasil e Netfarma. Almeida explica que todas as grandes redes varejistas
estão no comércio online e é crescente a o número de pequenas drogarias
interessadas em vender seus produtos por meio da rede mundial de
computadores.