Decisão foi justificada com base em riscos inflacionários, mas especialistas criticam impacto social e econômico dos juros elevados.
O Comitê de Política Monetária (COPOM), presidido por Gabriel Galipolo, manteve a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano nesta quarta-feira. A decisão, tomada em sua penúltima reunião do atual mandato, foi justificada pelo colegiado como necessária para conter riscos inflacionários.
Entretanto, setores representativos da economia contestam a manutenção dos juros no maior patamar desde 2006. Para especialistas e lideranças sindicais, o argumento do combate à inflação não se sustenta diante dos efeitos negativos sobre a economia real.
“Juros altos encarecem crédito (consignado, pessoal, financiamentos) e reduzem o consumo. Diminuem investimentos e podem frear o crescimento do PIB, além de contribuir para o desemprego em setores sensíveis a crédito, como construção civil e indústria”, alerta Antonio Silvan Oliveira, presidente do SindiQuímicos e CNTQ, e vice-presidente da Fequimfar e Força Sindical São Paulo.
O sistema financeiro mantém taxas elevadas sem considerar os reflexos sobre a classe trabalhadora e a atividade econômica. O atual patamar de 15% é visto como um entrave à retomada do crescimento e à geração de empéstegos.
