O ritmo de redução da pobreza está mais lento na América Latina desde 2012, informou o Banco Mundial. A instituição verificou que, entre 2000 e 2014, a quantidade de pessoas vivendo com menos de US$ 2,50 por dia, o que equivale a extrema pobreza, diminuiu de 25,5% para 10,8%. Porém, nos últimos quatro anos a desaceleração econômica em vários países da região, como o Brasil, resultou em um ritmo “muito mais lento” na taxa de redução da pobreza.

“Ao mesmo tempo, a desigualdade teve uma ligeira redução, embora ainda se mantenha em um patamar elevado”, verificou o Banco Mundial em relatório divulgado ontem, em Washington.

No documento, a instituição apontou que houve avanços na educação, como o aumento de matrículas escolares, e na expansão da prestação de serviços de eletricidade para as pessoas mais necessitadas. Por outro lado, a atual desaceleração econômica interrompeu a expansão da classe média.

“Para a região continuar com a grande transformação social que ela empreendeu desde a virada do século, precisamos garantir que a cada criança ou jovem seja oferecida uma oportunidade justa para poder cumprir o seu verdadeiro potencial”, disse Jorge Familiar, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e Caribe. “No contexto da desaceleração econômica, é ainda mais importante melhorar as oportunidades para as crianças desfavorecidas, como o acesso a uma boa educação”, completou.

O relatório aponta que o Brasil e a Argentina apresentam as pontuações mais altas de Índice de Oportunidade Humana (IOH) em educação. Esse indicador mede o nível de equidade de acesso a serviços básicos nos países, particularmente à educação para jovens e crianças. Ele verifica taxas de matrícula, nível de acesso a água encanada, saneamento, luz elétrica e internet.

No Brasil, a cobertura de matrículas escolares atingiu 98,4% e a conclusão do ensino fundamental está em 71,7%. A cobertura de eletricidade está em 99,5%, a de água atingiu 93% e a de saneamento chegou a 92,6%. A cobertura de internet está em 40,2% e a telefonia celular em 94,1%. Os dados usados são de 2014.

Os maiores desafios na América Latina estão nos serviços de saneamento, em que o IOH está em 65,4%. Na telefonia celular, o acesso subiu de 13%, em 2000, para mais de 90%, em 2014. Já a cobertura de internet ainda está inferior a 50% na América Latina.

O monitoramento dessas condições faz parte da meta do Banco Mundial de erradicar a pobreza extrema até 2030.

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