O governo deixa de lado investimento em política industrial para continuar aumentando a riqueza dos banqueiros. Essa postura fica bem clara quando se observa a subida da Selic, quando de 6 de junho de 2020 até 5 de maio de 2021, ela se manteve em 2%, quando após essa data subiu para 2,75%.

Dai para frente começou a escalada para encher mais ainda os cofres do sistema financeiro, com os juros subindo sucessivamente até chegar aos atuais 13,75%, fixados pelo Copom, em 4 de agosto de 2022. Essa escalada já começou a prejudicar a construção civil, pois inúmeros consumidores não estão mais conseguindo pagar a prestação de imóveis adquiridos na planta, quando a Selic girava perto de 2%.

Não satisfeito, o governo pretende colocar mais dinheiro nas mãos dos banqueiros ao permitir que os bancos ofereçam crédito consignado, descontado dos beneficiários do Bolsa Família. Para iludir mais ainda parte dessa população, extremamente atingida pela pobreza, os magos do ministério da Economia batizaram essa política de Auxílio Emergencial.

 

Trabalhador enfrenta queda salarial

No Brasil, onde apenas o sistema financeiro continua nadando de braçada no mar de dinheiro proporcionado pelo aumento das taxas de juros; a renda do trabalhador se encontra em queda livre. Para tentar posar de bom mocinho, o governo afirma que a taxa de desemprego caiu, de 11 milhões para 10 milhões, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no segundo trimestre/2022.

Mesmo assim, ainda é muito alta a quantidade de pessoas sem trabalho, quando esse número é quase próximo à população da cidade de São Paulo, em torno de 12 milhões. Para complicar, o governo não investe na criação de política industrial, melhorando a remuneração da classe trabalhadora. Sem apoio, a indústria que é responsável pela impulsão da economia, não encontra condição de valorizar e qualificar a sua mão de obra profissional.

 

A queda do rendimento salarial reflete em redução da atividade comercial, pois comércio e serviço acabam prejudicados com a diminuição de consumidores. Menos vendas, resultam em desaceleração da produção, que alimenta o rastilho de pólvora do desemprego. Visto que baixos salários não impactam as vendas no comércio. Para complicar, de cada quatro brasileiros, um não consegue pagar as suas dívidas em dia.