Representantes dos aeroviários rejeitaram a proposta salarial apresentada nesta quinta-feira (14), em São Paulo, pelo Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) e decidiram manter o estado de greve em aeroportos de todo o Brasil. Já os aeronautas realizarão uma assembleia no próximo dia 20 para avaliar a proposta.

Aeronautas são os que exercem funções dentro dos aviões (piloto, copiloto, comissário de bordo), enquanto os aeroviários são os trabalhadores de companhias aéreas que trabalham em terra.

Uma nova rodada de negociações foi marcada para 22 de janeiro, com mediação do Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília.

O SNEA propôs reajuste de 11% nos benefícios (vale alimentação, vale refeição, seguro de vida e diárias nacionais) a partir de fevereiro e abono em seis parcelas a partir do próximo mês de junho.

Pela proposta, os aeroviários que ganham até R$ 10 mil e todos os aeronautas teriam abono de 1% em junho, 2% em julho, 3% em agosto, 4% em setembro, 5% em outubro e 9% em novembro.

Para os aeroviários que ganham acima de R$ 10 mil, a proposta é de pagamento de abono fixo de R$ 100 em junho, R$ 200 em julho, R$ 300 em agosto, R$ 400 em setembro, R$ 500 em outubro e R$ 900 em novembro.

“Com esta nova proposta, o SNEA retira as ofertas apresentadas nas últimas reuniões, que previam, entre outros itens, a garantia de emprego”, diz o sindicato patronal, em nota.

0% DE REAJUSTE

Também em nota, o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA) afirmou que a proposta do SNEA “não agradou nem um pouco” os sindicatos filiados à FENTAC/CUT (Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil/Central Única dos Trabalhadores), porque mantém o índice de 0% de reajuste salarial.

A proposta de reajuste dos benefícios a partir de fevereiro também foi recusada porque categoria quer pagamento retroativo à data-base de 1ª de dezembro.

“Em função dessa proposta ruim, a categoria aeroviária mantém estado de greve, tirado durante as assembleias itinerantes realizadas no dia 7 de janeiro, por todo o país”, diz o comunicado do SNA.

O estado de greve indica que os trabalhadores podem entrar em greve a qualquer momento. A medida tem a finalidade de pressionar as empresas a avançarem nas negociações.

A categoria reivindica reajuste salarial de 12% (10,97% de reposição da inflação da data-base, 1º de dezembro, e 0,93% de aumento real), aumento de 15% nos pisos salariais e demais benefícios econômicos e 20% na cesta básica.

O comunicado do SNA diz ainda que, até a audiência que será mediada pelo TST, no dia 22, as entidades sindicais se organizarão para definir os próximos rumos da campanha salarial 2015/2016.