Partidos a favor do impeachment querem tornar depoimentos mais rápidos.
Estão previstas cinco testemunhas de defesa para esta sexta.

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou no intervalo do almoço da sessão do impeachment nesta sexta-feira (26) que senadores da base governista não farão perguntas para as testemunhas da defesa, que serão ouvidas na parte da tarde.

A ideia dos partidos a favor do impeachment é economizar tempo e fazer com que a fase de depoimentos das testemunhas não se alongue muito, como quer a oposição.

O senador afirmou que os senadores da acusação só farão intervenções caso alguma questão colocada justifique.

“Conversamos com todas as lideranças e resolvemos retirar as nossas inscrições no questionamento às próximas testemunhas de defesa até porque, com exceção do senho Beluzzo, todas as outras já depuseram na comissão especial”, afirmou.

Para esta sexta, segundo dia do julgamento final da presidente Dilma Rousseff no Senado, estão previstos os depoimentos de cinco testemunhas de defesa.

Ao deixar o plenário, Aécio criticou os defensores da presidente afastada Dilma Rousseff por tentarem postergar o julgamento.

“É essencial que os que defendem a presidente Dilma Rousseff permitam que o processo caminhe. Ele não vai caminhar com sucessivas palavras de ordem para fazer discurso político”, disse.

O senador disse que tem se controlado para não ir ao microfone fazer intervenções e que espera que esse seja o espírito dos senadores quando voltarem depois de tomarem “chazinho de camomila e um suco de maracujá”, em referência aos bate-bocas que ocorreram no plenário na quinta-feira e nesta sexta-feira.

Testemunhas de defesa
Para esta sexta-feira, estão previstos os depoimentos de cinco testemunhas de defesa. Na parte da manhã, antes do intervalo do almoço, nenhuma delas foi ouvida, já que o período foi usado para debates entre os senadores.

Foram chamados pela defesa de Dilma as seguintes testemunhas:

– Luiz Gonzaga Belluzzo, economista (convertido em informante);
– Geraldo Prado, professor de direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ);
– Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda;
– Luiz Cláudio Costa, ex-secretário-executivo do Ministério da Educação;
– Ricardo Lodi Ribeiro, professor de direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) (convertido em informante).

Inicialmente, também estava previsto o depoimento de Esther Dweck, ex-secretária de Orçamento Federal do governo. No entanto, o advogado de defesa, o ex-ministro de Dilma José Eduardo Cardozo, afirmou que desistiu de ouvir Esther para não expor a ex-secretária do governo Dilma.

A acusação afirma que a ex-secretária do Ministério do Planejamento foi aliciada pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) – uma das principais aliadas de Dilma no Senado – ao ser contratada para trabalhar no gabinete da parlamentar.

A senadora esclareceu que convidou a ex-secretária para trabalhar na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), colegiado que é presidido pela parlamentar do PT, porque ela tem muita experiência no assunto.

“O fato de eu ter chamado ela para a CAE, e veja bem, ela ainda não foi nomeada, não quer dizer que ela vai falar a favor da presidenta. Ela foi parte envolvida no processo, ela era secretária do Orçamento”, explicou Gleisi.