“Há impedimentos financeiros para a concessão de reajuste a uma só categoria”, diz David Uip, secretário estadual da Saúde de São Paulo,  ao Jornal Expresso Metropolitano

Em entrevista concedida ao Jornal Expresso Metropolitano, o secretário estadual da Saúde de São Paulo, David Uip, palestrante do 3º Fórum A Saúde do Brasil, na PUC,  falou sobre a mobilização dos trabalhadores da FURP e das Farmácias Dose Certa.

Abaixo a íntegra da entrevista exclusiva ao Jornal.

http://jornalexmetropolitano.com.br/furp-david-uip-diz-ter-impedimentos-financeiros-para-a-concessao-de-reajuste-a-uma-so-categoria/ 

FURP:  David Uip diz ter impedimentos financeiros para a concessão de reajuste a uma só categoria

Na manhã desta quarta-feira, dia 15 de junho,  em entrevista exclusiva  ao Jornal Expresso Metropolitano, o secretário estadual da Saúde de São Paulo, David Uip, palestrante do 3º Fórum A Saúde do Brasil, na PUC,  falou sobre a mobilização dos trabalhadores da FURP e das Farmácias Dose Certa pelo reajuste salarial concedido no aditamento da Convenção Coletiva de Trabalho – CCT.

Ao chegar ao local do evento, o secretário foi recepcionado por dirigentes e assessores do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e Região – Sindiquímicos e Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico – CNTQ que se manifestavam no local e entregavam material referente a FURP.

Indagado sobre se tinha conhecimento da necessidade do reajuste, o secretário respondeu que está ciente e tem tentado resolver o problema, embora entenda que esta questão ultrapassa o âmbito de sua pasta. “Estamos sabendo de tudo o que está acontecendo, conhecemos as dificuldades estamos tentando resolver,  mas isto ultrapassa um pouco o âmbito da Secretaria de Saúde, por conta que este é o problema do País e é problema do Estado. Não há quem mais queira dar reajuste do que eu. Só tem uma pessoa que quer dar mais reajuste do que eu, que é o governador”.

David Uip disse também que há impedimentos financeiros para a concessão de reajuste a uma só categoria. “Na  hora que você decide dar aumento para uma categoria, você tem que saber que tenho outras categorias. Por exemplo, só de  funcionários públicos são 250 mil.  Eu tenho que pensar nos 250 mil funcionários públicos,  além dos Químicos da FURP”, disse.

Para o secretário de Saúde, o Estado tem problemas pontuais com algumas categorias, mas precisa ser pensado e legislado como um todo. “Na qualidade de secretário, obviamente,  eu atendo pontualmente cada problema, mas tenho que pensar  no Estado como um todo e neste momento o que mais tento preservar  é o emprego”.

Ao também ser perguntado sobre a situação precária das Farmácias Dose Certa e o fechamento de algumas unidades, o secretário ponderou que há diminuição de repasse do Governo Federal.

Se você olhar o que o Governo Federal está nos dizendo é que tem alguns programas que não tem dinheiro para chegar em agosto.  Por exemplo, o SAMU, Medicamentos.  Então, nós temos que entender como lidar. Nós estamos com uma diminuição de repasse do Governo Federal  em média R$ 90, R$ 100 milhões por mês e temos que tocar os programas e projetos a respeito disto”.

O secretário também citou a judicialização na saúde como problemas da gestão financeira do Estado. “Este ano, 2016, a estimativa é que nós tenhamos um problema da judicialização de R$ 1 bilhão e 200 milhões.  Tem a judicialização pertinente, que eu acho justo e tem as excentricidades, que são incabíveis. O Estado é obrigado, por exemplo, a  comprar achocolatado, água de coco, sabonete íntimo.  R$ 1 bilhão e 200. Você tem um orçamento para medicamentos, incluindo Ministério e Secretária de R$ 2 milhões e meio.  Só que ninguém combinou comigo que tem mais R$ 1 bilhão e 200 milhões a mais da judicialização”, falou.

“Eu sou muito sensível as pessoas. Tenho uma longa tradição de conceder aumentos em todos os lugares e locais em que passo, inclusive na saúde, com mais de 30%. Eu tenho preocupação muito grande com os profissionais e com a população”, encerrou o secretário.