Moreira foi prefeito de Registro e já presidiu a Assembleia Legislativa de SP.
Ele entra no lugar de Edson Aparecido, que deixou o cargo na sexta-feira.

O deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP) foi anunciado nesta segunda-feira como o novo secretário chefe da Casa Civil de São Paulo em substituição a Edson Aparecido, que deixou oficialmente na sexta-feira (25) o cargo que ocupava no governo de Geraldo Alckmin. As informações são do SPTV.

Engenheiro civil formado pela Universidade Santa Cecília, em Santos, Samuel Moreira foi eleito deputado federal após obter 227 mil votos nas eleições de 2014. Antes de assumir o mandato em Brasília, foi deputado estadual por dois mandatos e presidente da Assembleia Legislativa (2013-2015), além de líder do Governo Alckmin (2011) e do PSDB (2008-2009). Também presidiu a CPI da Bancoop (2010).

Ele iniciou a vida pública como prefeito de Registro, em 1997, no Vale do Ribeira, onde foi prefeito por dois mandatos. Ele também foi subprefeito de São Miguel Paulista.

O ex-secretário Edson Aparecido é investigado pelo Ministério Público por suposto enriquecimento ilícito e ato de improbidade. Os promotores apuram se o patrimônio adquirido por Edson é compatível com sua renda, que à época era deputado e ganhava cerca de R$ 19 mil.

Na quinta-feira (24), Aparecido falou ao Ministério Público (MP) que vendeu um imóvel, deu cheque e pegou empréstimo para poder comprar um apartamento de R$ 620 mil em 2006. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (24) ao G1 pelo promotor Marcelo Milani.

Em nota publicada no Facebook, Edson Aparecido afirma que, na terça-feira (22), compareceu à sede do MP para dar informações sobre o negócio. “Fui ao Ministério Público sem advogado e solicitei que minha audiência fosse marcada rapidamente. Eu penso que a pessoa pública tem que estar sempre disposta a dar explicações se houver qualquer dúvida. Não tenho nada a esconder sobre a compra desse imóvel nem sobre qualquer outra ação da minha vida pública”, afirmou.

De acordo com Milani, foi o primeiro depoimento de Edson Aparecido ao MP sobre o caso, que não está sob segredo de Justiça. “Ele [Edson] está sendo investigado por provável enriquecimento ilícito, tendo em vista a compra do imóvel que aparenta que foi comprado subfaturado. Em razão disso, instauramos a investigação. Foi o primeiro depoimento dele”, disse o promotor.

“Ele [Edson] justificou parcialmente a compra do imóvel. Chamou a atenção que ele disse que a parte do pagamento do imóvel de R$ 620 mil ele conseguiu da venda de um apartamento, por cerca de R$ 300 mil, mais R$ 200 mil em cheque e mais R$ 110 mil emprestados de uma então assessora e namorada”, comentou Milani.

O promotor, no entanto, informou que Edson não apresentou documentos que comprovem a informação que ele deu. “Mas ele [Edson] não tem documento e não declarou ao Imposto de Renda.”

De acordo com o promotor, o registro de venda do imóvel dele só apareceu um ano depois da compra. “É no mínimo estranho uma construtora aceitar um imóvel nessas condições”.

Segundo Milani, Edson se comprometeu a enviar cópia do cheque posteriormente. “Vamos checar se isso que ele fala é verdadeiro. À época que ele comprou esse imóvel ele era deputado e tinha renda de R$ 19 mil. Agora estamos querendo saber se esse patrimônio é compatível com a renda dele.”