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O Jornal Eletrônico do Sindicato - Fevereiro 2000

CPI visita a FURP e constata eficiência do laboratório estatal

Preços praticados pela FURP deixam evidentes os abusos dos laboratórios privados
No dia 7 de fevereiro, os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Medicamentos visitaram as instalações da Fundação para o Remédio Popular, em Guarulhos, e constataram a eficiência do trabalho deste laboratório estatal que garante a produção de medicamentos a preços bem abaixo dos praticados pelas empresas multinacionais do ramo farmacêutico. A FURP produz 82 medicamentos para abastecer hospitais e postos de saúde estaduais e de 645 municípios e também é responsável pela distribuição de 40 medicamentos essenciais do programa “Dose Certa”. A renda obtida pela FURP garante não só o custeamento de toda a sua produção mas também um “lucro” de 12% que é totalmente reinvestido nas instalações da empresa. Esta margem de retorno em níveis civilizados, ao contrário das praticadas pelos laboratórios multinacionais, garante à estatal praticar preços bem abaixo do mercado. Na tabela abaixo, veja os preços praticados pela FURP comparados com o mercado:

Medicamento (nome de fantasia)	Quantidade	Preço da FURP	Preço do medicamento na farmácia	Laboratório privado que produz
AAS	500 unidades	3,35	40,72	Sanofi
Tagamet	500 unidades	19,43	234,56	SmithKline
Diazepan	500 unidades	5,28	86,64	Brasmédica
Voltaren	500 unidades	22,08	245,54	Novartis
Clorana	500 unidades	5,15	86,44	Sanofi
Furosemida	500 unidades	7,85	71,16	Teuto
Keflex	500 unidades	153,70	982,66	Elli Lilly
Aldomet	1.000 unidades	134,82	678,82	Prodome
Digoxina	500 unidades	7,83	138,00	Teuto
Capotem	30 unidades	0,70	16,82	Bristol Squibb
Novalgina	50 frascos	12,94	147,06	Hoescht

A tabela mostra que as diferenças de preços entre a FURP e os laboratórios privados pode chegar a 2.303%, como é o caso do medicamento Capotem, utilizado para reduzir a pressão de pessoas hipertensas. As conclusões dos parlamentares da CPI demonstram que a FURP é uma empresa eficiente e vem cumprindo um importante papel social ao produzir medicamentos baratos para os postos de saúde. Expôs também o grau de ganância que existe nos laboratórios privados que praticam preços abusivos. Apesar de tudo isto, o governador do Estado, Mário Covas, se recusa a reconhecer o esforço e a eficiência dos trabalhadores da FURP porque nega que estes tenham direito a um programa de participação nos resultados como existe em todas as grandes empresas.

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