Índice chegou a 23,5% nesta quarta-feira (30).
Para engenheiro, até março sistema vai operar com 40% da capacidade.

 

O volume do Sistema Alto Tietê subiu para 23,5% da capacidade nesta quarta-feira (30) e é o maior do ano. A melhor situação havia sido registrada entre 14 e 18 de maio, quando o índice ficou em 23,3%. A pluviometria acumulada de dezembro está em 243,2 mm, 26,14% maior do que a média histórica para o mês, que é de 192,8 mm.

Após um ano crítico, no que diz respeito ao abastecimento de água na Grande São Paulo, o engenheiro e sanitarista José Roberto Kachel acredita que até março o Sistema Alto Tietê alcance 40% da sua capacidade.

Com os dados da Sabesp, na mesma data do ano passado, o volume armazenado era de 12% e a pluviometria acumulada era de 156,9 mm.

Kachel é ex-funcionário da Sabesp e membro do Comitê de Bacias do Alto Tietê. Para ele, a obra de transposição da Represa Bilings para a Represa de Taiaçupeba, de 4 metros cúbicos/segundo, é uma alternativa, mas a economia não deve parar.

A transposição começou a operar com 100% da capacidade no dia 11 de dezembro.

Essa é a principal obra do governo contra a crise hídrica, a interligação entre os sistemas Rio Grande, no ABC Paulista, e Alto Tietê, em Suzano, foi inaugurada no dia 30 de setembro e custou R$ 130 milhões, mas operava com apenas 25% da vazão (mil litros por segundo). A vazão havia sido reduzida após um córrego alagar ruas em Ribeirão Pires e obras tiveram que ser feitas.

Chuva em 2015

Novembro terminou com chuva 64% superior à média histórica. O mês de outubro acabou sem que as chuvas atingissem a média história. Ao longo do mês choveu 94,5 mm, 82,2% da média histórica de 115 milímetros.

Em setembro choveu o dobro do esperado para o mês no Alto Tietê. Segundo a Sabesp, a pluviometria acumulada foi de 170,2 mm, 108% superior à média histórica. Após 40 dias em queda, o índice dos reservatórios voltou a subir no dia 8. A média histórica foi superada no dia 9 de setembro, quando, em apenas um dia, choveu 57,3 mm. Esta foi a maior chuva do ano.

As chuvas de agosto foram 49% menores do que o esperado. A pluviometria acumulada ficou em 18,6 mm, quando a média histórica é de 36,7 mm.

Julho chegou ao fim com uma pluviometria 16,6% maior do que a média histórica para o mês, segundo os dados da Sabesp. A pluviometria foi de 57,4 mm e a média histórica para o mês era de 49,2 mm.

Em junho choveu menos do que a média histórica. A pluviometria acumulada no mês foi 31,1% menor do que a média histórica, que é de 55,5 mm.

Já entre fevereiro e maio choveu mais do que a média histórica. Antes de junho, o índice foi inferior à média apenas em janeiro, quando a pluviometria foi 58,7% menor do que a média histórica.

O sistema
Desde dezembro de 2013, a água da região é utilizada para abastecer parte dos moradores antes atendidos pelo Cantareira em bairros como Penha, Cangaíba, Vila Formosa, Vila Maria e parte da Mooca.

Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a população atendida pelo sistema saltou de 3,8 milhões de pessoas para 5 milhões. Um ano depois de começar a ser usado como reforço do Cantareira, em dezembro de 2014, o sistema chegou a operar com apenas 4,2% da capacidade. O volume das represas aumentou do início do ano até maio, quando atingiu o pico de 2015 de 23,3% no dia 14. Desde então tem sofrido sucessivas quedas.