(Reuters) – Com a subida de tom da oposição e o aumento das conversas sobre impeachment ou cassação, a presidente Dilma Rousseff garantiu em entrevista publicada nesta terça-feira que não há base para isso e não vai cair.
Dilma disse ainda, ao jornal Folha de S.Paulo, que quer acelerar o ajuste fiscal e fará o possível para a recessão ser a menor possível.
“Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso”, disse Dilma na entrevista.
“Para tirar um presidente da República tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem uma base real? Não acredito que tenha uma base real.”
Dilma referiu-se a “uma certa oposição um tanto golpista”, mas disse que não acha que toda oposição “seja assim”.
Apesar de atritos crescentes com lideranças do PMDB, especialmente o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Dilma rejeitou qualquer problema com o partido –o maior da base governista e que tem o vice-presidente da República, Michel Temer– dizendo que não são os peemedebistas que querem seu afastamento. “Eu acho que o PMDB é ótimo.”
Segundo a presidente, acelerar o ajuste fiscal é fazer já tudo que for preciso, “porque quanto mais rápido fizermos, mais rápido sairemos dele”.
Dilma disse ainda que o Executivo prepara “medidas estruturantes que contribuem ao mesmo tempo para o ajuste como para o médio e longo prazos”, mas não disse quais seriam as medidas.
Admitindo estar surpresa com a intensidade da recessão da economia neste ano, Dilma disse que “até o final do ano vou fazer o diabo para fazer a menor (recessão) possível”.
(Por Alexandre Caverni, em São Paulo)