Demografia e alta taxa de reprovação afetam o resultado

Para Carlos Eduardo Moreno Sampaio, diretor de estatísticas educacionais do INEP, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, a queda na taxa de matrículos no ensino médio pode ter relação com fatores demográficos e “imprevistos” na vida escolar. A queda na taxa de fecundidade tem impacto direto na população, o que faz com que o número de jovens diminua e reduza a taxa de matrículas.

Entretanto, a Pnad Contínua aponta um crescimento na população em idade de trabalhar – que engloba todas as pessoas acima de 14 anos. “Como há um gargalo na porcentagem de jovens matriculados no ensino médio, o ideal é que aumente o número, mesmo se a população jovem diminuir”, diz Barbosa Filho, pesquisador do IBRE/FGV.

Além do fator populacional, Sampaio destaca as taxas de aprovação nas últimas séries do ensino fundamental: como há mais reprovados, menos jovens estariam aptos a ingressar no ensino médio. “Este é o problema mais grave: muitos reprovam no nono ano”, diz Sampaio.