Taxa de desemprego fica em 11,8% no trimestre e mantém maior número registrado; renda média do trabalhador foi de R$ 2.025, segundo IBGE
O País segue registrando aumento no número de desempregados. O total de desocupados alcançou o patamar recorde de 12,042 milhões de pessoas no trimestre encerrado em outubro – 20 mil a mais do que no trimestre encerrado em setembro -, dentro da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado significa que há mais 2,971 milhões de desempregados em relação a um ano antes, o equivalente a um aumento de 32,7%. Ao mesmo tempo, o total de ocupados caiu 2,6% no período de um ano, o equivalente ao fechamento de 2,402 milhões de postos de trabalho.
A taxa de desemprego só não foi mais elevada porque 1,462 milhão de brasileiros migraram para a inatividade no período de um ano. O aumento na população que está fora da força de trabalho foi de 2,3% no trimestre encerrado em outubro ante o mesmo período de 2015.
Como consequência, a taxa de desemprego manteve-se no patamar recorde de 11,8% no trimestre até outubro, mesmo resultado registrado nos trimestres encerrados em agosto e setembro. Em igual período do ano passado, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 8,9%. No trimestre encerrado em setembro deste ano, o resultado ficou em 11,8%.
O resultado ficou dentro das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 11,60% e 12,00%, com mediana de 11,80%.
A crise alterou a sazonalidade que marcava o mercado de trabalho, então é possível que a taxa de desemprego não recue no último trimestre conforme o esperado. A avaliação é do coordenador de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Cimar Azeredo. “Em função da desconfiguração da sazonalidade, apostar em redução na taxa de desocupação no último trimestre fica mais complicado”, reconheceu Azeredo.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.025 no trimestre até outubro de 2016. O resultado representa queda de 1,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 177,7 bilhões no trimestre até outubro queda de 3,2% ante igual período do ano anterior.
O País perdeu 1,323 milhão de vagas com carteira assinada no período de um ano. O total de postos de trabalho formais no setor privado encolheu 3,7% no trimestre encerrado em outubro ante o mesmo período do ano anterior, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O País perdeu 604 mil postos de trabalho na passagem do trimestre encerrado em julho para o trimestre encerrado em outubro, contrariando o movimento de aumento nas contratações para as festas de fim de ano. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
“Essa perda de quase 600 mil postos de trabalho quase no final do ano é o quadro mais alarmante da Pnad Contínua. O desenho sazonal apontava para outra direção”, avaliou Azeredo.
Já o emprego sem carteira no setor privado teve aumento de 1,6%, com 165 mil empregados a mais. O total de empregadores aumentou 2,1% ante o trimestre encerrado em outubro de 2015, com 85 mil pessoas a mais.
O trabalho por conta própria encolheu 3,2% no período, com 725 mil pessoas a menos nessa condição. Houve redução ainda de 10 mil vagas na condição do trabalhador doméstico, 0,2% de ocupados a menos nessa função. A condição de trabalhador familiar auxiliar também encolheu, 18,8%, com 478 mil ocupados a menos.
Em meio à crise na produção, a indústria permanece eliminando empregados no País. A atividade cortou 1,157 milhão de trabalhadores no período de um ano, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O total de ocupados na indústria recuou 9,1% no trimestre encerrado em outubro ante o mesmo período do ano anterior. “Frente ao segundo ano da crise, a indústria ainda encolheu 1,157 milhão de vagas”, ressaltou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A construção demitiu 501 mil postos de trabalho em outubro ante um ano antes, enquanto o comércio dispensou 454 mil empregados. “Justamente o comércio, que poderia estar se preparando para a Black Friday ou para o final do ano”, lembrou Azeredo.
Outras atividades que cortaram vagas foram agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-478 mil empregados), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (-585 mil ocupados) e serviços domésticos (-4 mil empregados).
Desde janeiro de 2014, o IBGE passou a divulgar a taxa de desocupação em bases trimestrais para todo o território nacional. A nova pesquisa substitui a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que abrangia apenas as seis principais regiões metropolitanas, e também a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) anual, que produz informações referentes somente ao mês de setembro de cada ano.