Diante de ameaças constantes de perdas de direitos duramente conquistados ao longo de décadas de atuação e trabalho, o movimento sindical não se deixa esmorecer. O trabalho é incessante e não para. A tarefa na área sindical requer grande mobilização dos trabalhadores e uma forte atuação em todas às frentes sociais, econômicas e políticas deste País, afinal, os trabalhadores merecem um ambiente de trabalho salutar e ter todos os seus direitos preservados.
Há muito a ser feito e, modéstia à parte, temos trabalhado e muito para tentar de todas as formas minimizar o impacto negativo da Reforma Trabalhista, que representa um retrocesso sem precedentes aos direitos trabalhistas; a Reforma Previdenciária e um ataque frontal às entidades sindicais e tudo o que representamos na luta entre o Capital X Trabalho.
As atuais e desastrosas medidas do Governo somada as centenas de trapalhadas de toda a equipe abrem uma lacuna da desesperança com a falta de perspectiva aos jovens, sem a criação de novos postos de trabalho e os altos índices de desemprego, com o empobrecimento da população.
A extrema pobreza subiu no Brasil e já soma 13,5 milhões de pessoas sobrevivendo com até 145 reais mensais. O número de miseráveis vem crescendo desde 2015, invertendo a curva descendente da miséria dos anos anteriores. De 2014 para cá 4,5 milhões de pessoas caíram para a extrema pobreza, passando a viver em condições miseráveis. O contingente é recorde em sete anos da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. A alta do desemprego, os programas sociais mais enxutos e a falta de reajuste de subvenções como o Bolsa Família aumentam o fosso dos mais pobres. O indicador de pobreza do Bolsa Família, por exemplo, é de 89 reais, abaixo do parâmetro de 145 reais utilizado pelo Banco Mundial.
Tamanha é a insensatez da equipe do Governo que todos os direitos conquistados por meio de décadas de luta estão sendo descartados como lixo.
E a estrutura sindical, que sempre trabalhou de forma organizacional ajudando a sociedade e os movimentos sociais a se fortalecerem, teve a sua condição essencial de luta descaracterizada e levamos “porrada” de tudo que é lado.

 

Resistir para sobreviver

O Sindicato exerce como ninguém o papel de intermediário no diálogo entre a classe trabalhadora e os empregadores. Os avanços nos acordos e Convenções Coletivas foram proporcionados justamente pela ação e mobilização dos trabalhadores. Sem a presença dos Sindicatos, os trabalhadores serão reféns dos empregadores nas negociações por salários, PLR, banco de horas, jornada de trabalho, rescisões e etc.
Nós do SindiQuímicos e do movimento sindical fazemos um alerta importante. O trabalhador precisa ficar atento, porque nesta destituição de direitos da Reforma Trabalhista, algumas empresas têm realizado a homologação dentro das empresas e neste trâmite, os trabalhadores não estão sendo respeitados. São trabalhadores com problemas de saúde, com direitos previamente estabelecidos em CCT e que não estão sendo observados, o que certamente, acarretará em prejuízo ao trabalhador, a pequeno, médio e longo prazo. Portanto, fazemos o apelo para que o trabalhador não aceite a homologação e rescisão na sede da empresa.

 

Campanha Social e Salarial

E por falar em direitos, demos início à Campanha Social e Salarial do Setor Farmacêutico e lembramos que a Convenção Coletiva de Trabalho é a garantia de direitos. O atual contexto pede que nesta Campanha estejamos ainda mais unidos e organizados na reivindicação de nossos direitos.

Os trabalhadores precisam manter a unidade com o Sindicato, que é uma entidade pioneira, que luta, defende e está aí para servi-lo. O trabalhador precisa ter consciência que o custeio da entidade Sindical é de responsabilidade dele e que será utilizado em seu benefício. Para você ter uma ideia, nem a inflação assegura o reajuste salarial, o que temos obtido de inflação é resultado de um processo de negociação. As conquistas existentes nas Convenções são luta do Sindicato.
Ao longo de décadas, o movimento sindical esteve presente em importantes discussões e composições econômicas e políticas com o intuito de que a retomada da economia atinja patamares justos para a geração de emprego e renda e que possibilite um desenvolvimento social e econômico com equidade. No Setor Farmacêutico destacamos com o orgulho a conquista da jornada de 40 horas semanais e que beneficia os trabalhadores.
Se não bastassem todos os desafios econômicos e sociais, o ano de eleições municipais pede um maior envolvimento e comprometimento de toda a população para o voto consciente. O País não admite mais os desacertos atuais. Temos que ter cuidado com a escolha dos candidatos. A nossa classe política tem que ser comprometida com o povo e legislar de forma transparente. Portanto, nosso conselho é que você, trabalhador e cidadão, faça uma avaliação destes quatro anos de mandato e escolha representantes comprometidos com as reais melhorias do seu bairro – educação, transporte, saúde, estrutura, meio ambiente, segurança, entre outros.
Nossos esforços para 2020 estarão voltados ao diálogo, na mobilização e no fortalecimento da classe trabalhadora. Sem nenhum direito a menos e com a garra e comprometimento que sempre nos pautou.