EDIÇÃO EXTRA
Dia 3 de junho sindicatos vão
cobrar reposição salarial de 10%
No dia 3 de junho, às 14h, a Força Sindical e a CUT vão discutir com a bancada econômica do setor químico a reposição emergencial de 10%, por causa da alta da inflação no final de 2002 e início deste ano. Em janeiro, o patronato recusou abrir qualquer negociação visando reposição das perdas e aconselhou várias empresas para não tomar nenhuma atitude neste sentido. Agora, com uma inflação acumulada desde novembro acima dos 10% a história será diferente. “Será uma ação conjunta das duas centrais. Caso o patronato se negue a conceder a antecipação em nosso acordo coletivo vamos paralisar as fábricas a partir do dia 4, que atingirão todo o Estado de São Paulo”, explicou o presidente do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e presidente da Força Sindical Regional Guarulhos, Toninho Silvan. Segundo ele, várias empresas já assinaram acordos e reajustaram os salários de seus funcionários em torno de 10%, passando o piso de R$ 448,00 para R$ 492,80. “A perda para o trabalhador é muito grande. Só os medicamentos tiveram reajustes de 18%”, disse.
O resultado da crise reflete nos gastos para compras nos supermercados onde os trabalhadores já deixam 45% de sua renda mensal contra 42% no ano 2000. Segundo a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, em fevereiro, os preços nos supermercados estavam 22,7% acima daqueles observados no mesmo mês de 2002. Num ano, o preço do litro da gasolina aumentou 50,1%.
Na composição dos preços dos produtos, o peso do salário representa entre 15% e 25%, enquanto os gastos das empresas com energia e matéria-prima são determinados pelo governo, que diz que a recomposição dos salários provocaria alta da inflação, quando a carga dos impostos consome 36% do lucro.
|
|
|
|