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Órgão
oficial do STI Químicas, Farmacêuticas,
Abrasivos, Material Plástico, Tintas e
Vernizes de Guarulhos, Mairiporã, Caieiras,
Franco da Rocha e Francisco Morato - Filiado à
Central Força Sindical
- Rua Francisco Paula Santana, 119 - Tel. 209-7800
e 6463-2244 - Guarulhos (SP) - Dir. Resp.: Antonio
Silvan Oliveira - Jorn. Resp.: Luís Alberto
Caju (Mtb.19.281-SP)
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Hora
de recomeçar
O
Brasil deu um verdadeiro show de democracia no dia 27 de outubro.
A população foi às urnas e escolheu, na
sua sabedoria, o novo presidente da República. Foi a
luta da esperança contra o medo. Para o nosso bem, venceu
a esperança. É a primeira vez na história
da América Latina que um operário, ex-metalúrgico
e ex-dirigente sindical, ganha uma eleição para
presidir um País, atualmente na 11ª posição
de maior economia do mundo. Na Europa, durante a década
70, a então Alemanha Ocidental também teve um
Primeiro Ministro operário, Willy Brandt.
As diversas manifestações populares nas ruas em
várias cidades do Brasil mostram o apoio da população.
A esperança na mudança. Mas sejamos conscientes
e pacientes, porque o estrago causado pela elite retrógrada
foi grande. Temos, para nossa vergonha de um dos maiores exportadores
de alimentos, 22 milhões de pessoas passando fome. O
desemprego no País atinge 12 milhões, segundo
dados oficiais do IBGE. A violência, fruto da falta de
trabalho, tira a vida de 40 mil cidadãos todo ano. Vítimas
de armas de fogo. O aposentado ganha vergonhosos benefícios,
insuficientes para comprar medicamentos ou colocar comida em
casa.
Vários setores da sociedade, inclusive a Federação
das Indústrias do Estado de São Paulo acenam para
a concretização de um pacto, reunindo indústrias,
bancos e sindicatos para tentar tirar a economia do lodo. Esperamos
que desta vez, o trabalhador não seja o único
a perder. Na década de 70, o então ministro da
Fazenda, Antonio Delfim Netto, propôs a divisão
do bolo. A elite levou até a bandeja e o operário
não ficou nem com os farelos. A história repetiu-se
em outros governos.
Com poder de compra reduzido, o trabalhador chegou ao limite.
Hoje, o seu salário é insuficiente para custear
as despesas domésticas. Para tentar manter um padrão
de vida digno, mulheres e filhos precisam executar alguma função,
às vezes na informalidade no exército dos 24 milhões
no bloco dos Sem-Carteira. Como prova de civilidade, as centrais
sindicais, inclusive a Força Sindical, deu uma trégua
ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva até
maio de 2003, quando saberemos o novo valor do salário-mínimo.
Acreditamos na economia brasileira. O nosso País tem
condições de sair da lama do neoliberalismo, que
afogou a Argentina. Para isso, é importante o Congresso
Nacional em sintonia com o Executivo, votar a reforma tributária
e realizar mudanças profundas na Previdência, além
é claro de apostar numa política de geração
de empregos, inclusive apoiando a exportação,
uma das formas de aumentar os recursos. Precisamos investir
neste imenso mercado consumidor interno e externo. Se os Estados
Unidos boicotam os nossos produtos, vamos vender para os chineses,
um país com 1,6 bilhão de habitantes. Desta forma,
conseguiremos espantar o fantasma da fome, desemprego e violência
que se abateu sobre o Brasil nos últimos oito anos. Basta
todos trabalharem juntos. Mas sem o Capital querer enganar o
Trabalho.
Antonio Silvan Oliveira é presidente do Sindicato
dos Químicos de Guarulhos e da Força Sindical
Regional nesta cidade.
e-mail: silvan@sindiquimicos.org.br
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