Órgão oficial do STI Químicas, Farmacêuticas, Abrasivos, Material Plástico, Tintas e Vernizes de Guarulhos, Mairiporã, Caieiras, Franco da Rocha e Francisco Morato - Filiado à central FORÇA SINDICAL - Rua Francisco Paula Santana, 119 - Tel. 209-7800 - Macedo CEP: 07112-020 - Guarulhos (SP) - Dir. Resp.: Antonio Silvan Oliveira - Jorn. Resp.: Dennis de Oliveira (Mtb.18.447-SP)

Reginaldo Sena defende projeto CIDADÃO SÉCULO XXI

Em entrevista, sindicalista apresenta propostas para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos do estado de São Paulo

Reginaldo Sena, diretor do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e da Força Sindical Guarulhos, ex-coordenador municipal do Procon e ex-secretário municipal de Guarulhos, defende soluções para os problemas do estado de São Paulo no sentido de que a prioridade no Orçamento do estado seja dado às áreas sociais. Educação, saúde, habitação, desenvolvimento sustentável, defesa do consumidor, são algumas das preocupações que devem receber atenção especial do legislativo paulista.Uma grande idéia do sindicalista é o projeto CIDADÃO SÉCULO XXI.
Leia abaixo, trechos de uma entrevista concedida pelo sindicalista a respeito das idéias que defende.

P – O senhor teve uma experiência importante na coordenação do Procon de Guarulhos, dinamizando o órgão. O que o senhor acha que pode ser feito para garantir que o direito do consumidor seja respeitado?
REGINALDO SENA
– O Procon é uma fundação estadual que firma convênios com os municípios. A prefeitura fornece o local e o pessoal para trabalhar e o Procon se encarrega de treinar o pessoal. No estado de São Paulo existem, atualmente, cerca de 180 municípios com unidades do Procon, destes, somente em torno de 35 têm poder para autuar infratores. Para mudar este quadro defendo que o município, ao fechar convênio com a Fundação Procon estadual, assuma a obrigação de formar e credenciar fiscais que possam autuar. Caso o município se recuse, a Fundação Procon estadual deve levar seus próprios fiscais e pessoal para instalar postos regionais de fiscalização e autuação. Hoje, muitos prefeitos não querem Procons que fiscalizem e autuem porque são donos de comércio local, ou parentes e amigos seus têm estabelecimentos comerciais. Por isto, não pode ficar na mão do prefeito se uma cidade vai ter ou não fiscal do Procon. Isto tem que ser garantido, ou via convênio, ou por ação direta do Procon estadual. Além disto, defendo que o Procon tenha departamentos específicos para atuarem nas áreas de Seguros, Serviços Bancários, Alimentação e também técnicos próprios na área de vigilância sanitária para dar apoio no caso de alimentos estragados ou com validade vencida, para não ter que depender de outros órgãos públicos.

P – Guarulhos é a quarta maior cidade em número de favelados. São Paulo é a primeira. Como enfrentar este grave problema da habitação?
REGINALDO SENA
-Um programa de casa popular da Força Sindical demonstrou que é possível fazer uma casa popular, de qualidade, em pouco tempo, a um custo abaixo de R$10 mil. Projetos como este devem ser incentivados para que se resolva o problema da moradia. É preciso que o Estado tenha uma política de reurbanização das favelas, dando dignidade a população carente.

P – Ainda nesta área social, temos o problema da saúde. Como o senhor vê esta questão?
REGINALDO SENA
- Defendo três linhas de ação nesta área:
1 – Defesa da SAÚDE PREVENTIVA, por meio de fortalecimento de programas de saneamento básico, condições de higiene, entre outros;
2 – Melhoria no ATENDIMENTO MÉDICO HOSPITALAR por meio do fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde) e construção de mais equipamentos de saúde em locais mais populosos e carentes;
3 – Criação de uma Rede de Distribuição de Medicamentos Gratuitos, por meio do fortalecimento da FURP (Fundação para o Remédio Popular) que se encarregaria de gerenciar uma rede de farmácias populares para fazer chegar à população medicamentos gratuitos.
Defendo ainda a criação de Centros de Referência dos Idosos e a redução da idade mínima para estes centros de 65 para 60 anos e a autonomia para o IML (Instituto Médico Legal), desvinculando-o da Polícia.

P – E quanto ao grave problema da segurança pública?
REGINALDO SENA
– Com base em uma colaboração de Wilson Lourenço, do Conselho de Segurança de Guarulhos, defendo os seguintes tópicos: equipar mais as polícias; melhoria na remuneração dos policiais para evitar que os mesmos sejam obrigados a fazerem bicos para complementarem a renda; criação de legislação mais rigorosa para fiscalização da vigilância particular; realização de campanhas contra a venda de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos; parcerias com os municípios para criação de estabelecimentos de contenção de crianças e adolescentes infratores; campanha de solidariedade entre vizinhos para troca de telefones em caso de emergência; fazer cumprir a lei estadual de fechamento dos bares e similares próximos às escolas; criação de mais equipamentos de lazer nos bairros mais carentes, como clubes esportivos, quadras de futebol, campos, praças e atividades culturais; melhorar a iluminação nas vias públicas; ampliar o policiamento comunitário. Para Guarulhos, é necessária a criação de mais um batalhão de policiamento e aumentar o efetivo nas ruas. Muitos policiais hoje estão realizando funções burocráticas, desviando da sua real função que é garantir segurança nas ruas.

P – O que você acha que o Estado de São Paulo deve fazer para resolver os graves problemas do nosso estado?
REGINALDO SENA
- Há muita coisa a ser feita, mas eu tenho uma idéia de um grande programa que integra EDUCAÇÃO, TRABALHO e CIDADANIA que estou chamando de Projeto Cidadão do Século XXI destinado a inserção social da criança, adolescente e jovem, hoje sem perspectivas de um futuro feliz devido às injustiças sociais do capitalismo neoliberal. Este projeto deveria conter o seguinte: criação de cursos técnicos profissionalizantes estaduais em várias regiões do estado, em parcerias com a indústria, prefeituras, Senai, Senac, universidades; por meio de parcerias com empresas, criação de estágios supervisionados por estas escolas técnicas; criação de programas de Primeiro Emprego, para empregar esta mão de obra técnica recém-formada, dando oportunidade de ingresso ao mercado de trabalho a estes jovens; criação de cursos preparatórios para vestibulares nas universidades públicas gratuitos, para possibilitar ao jovem sem condições financeiras, de disputar em condições de igualdade vagas nas universidades públicas. COM EDUCAÇÃO, TRABALHO E PERSPECTIVA DE VIDA, O JOVEM SE AFASTA DAS MÁS COMPANHIAS, DOS VÍCIOS E DA CRIMINALIDADE – E SE TRANSFORMA NO VERDADEIRO CIDADÃO DO SÉCULO XXI!
ANO XVI - Nº 70
MAIO DE 2002



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