Os desafios para o movimento sindical em um cenário de reorganização econômica, como a indústria 4.0, estão no centro do debate de encontro regional (América Latina e Caribe) do IndustriALL, a entidade global do setor de manufatura, desta segunda (13) até quarta-feira, em São Paulo. Participam aproximadamente 50 dirigentes de seis países. O secretário-geral da entidade, o brasileiro Valter Sanches, deve participar do evento nesta terça por videoconferência.

 

“A busca por um equilíbrio entre a realidade da Indústria 4.0 e da manutenção de emprego e valorização pecuniária da mão de obra especializada, é um dos grandes desafios do Movimento Sindical Brasileiro” Antonio Silvan Oliveira, presidente do Sindiquímicos Guarulhos e da CNTQ

 

Criado em 2012, o IndustriALL é resultado da reunião entre as federações internacionais dos trabalhadores nas indústrias metalúrgicas (Fitim), do setor químico (Icem) e da indústria têxtil e de vestuário (FITTVC). Já era um movimento para buscar acompanhar a nova dinâmica da economia, em especial da indústria. Segundo o presidente da Fequimfar, a federação dos químicos de São Paulo ligada à Força Sindical, Sérgio Luiz Leite, o Serginho, a ideia é buscar um “diagnóstico sobre como a indústria tem se organizado no mundo” e suas consequências para os trabalhadores.

“Queremos fazer uma reflexão sobre a indústria 4.0, o futuro do emprego, como o movimento sindical se prepara para enfrentar essa questão. E apresentar propostas”, relata Serginho. No primeiro debate, os professores Giorgio Romano (UFABC) e João Furtado (USP) falaram sobre essas transformações. O dirigente da Fequimfar vê em curso uma “nova disputa comercial global”, envolvendo países como Alemanha, China e Estados Unidos.

Recém chegado de encontro dos sindicalistas dos países do Brics (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), ele lembra que uma das prioridades daqueles governos é usar o Novo Banco de Desenvolvimento, formado pelo grupo, na chamada indústria 4.0. O movimento sindical, analisa, precisa “entrar na fábrica”, participar da qualificação dos novos trabalhadores.

No caso do Brasil, por enquanto se trilha o caminho inverso, conclui o dirigente. “Nós retroagimos na lei trabalhista, na democracia, direitos sociais, investimento público, qualificação.”

Fonte: Rede Brasil Atual.