A indústria eletroeletrônica brasileira fechou 32.834 vagas de trabalho desde o começo deste ano até outubro, o que significa uma queda de 11,18% no período.

Hoje, o setor emprega 260.776 pessoas. O número é um pouco superior aos 259 mil registrados em 2009, quando o Brasil sentiu os impactos da crise internacional e quando o recuo do mercado de trabalho da indústria eletroeletrônica ficou em 4%.

“Não tenho lembrança de um ano com tantas demissões. O que preocupa ainda mais é que o declínio é muito acentuado e não para”, afirma o presidente da Abinee (associação do setor), Humberto Barbato.

Apenas em outubro, houve uma retração de 1,56% nos postos, com 4.135 pessoas dispensadas. Desde o início do ano, apenas o mês de janeiro não teve dispensas. A situação, porém, se degradou a partir do segundo trimestre.

“O governo, no afã de aumentar a arrecadação, não toma medidas que possam minimizar o problema do desemprego e da diminuição do consumo”, acrescenta o executivo em referência à medida provisória 690.

O texto, que desonera a tributação sobre eletrônicos, deixará de valer em fevereiro de 2016. Antes, estava programado para expirar em 1º de dezembro, mas sua vigência foi prorrogada.

A participação da rede hoteleira Accor na área de lazer vai aumentar no país. Hoje, 30% dos hotéis da empresa são desse segmento -o restante tem perfil executivo. Em três anos, eles deverão representar até 40%.

“Achamos que essa é uma boa maneira de ser eficiente no Brasil, diversificando mais”, diz o CEO da empresa na América do Sul, Patrick Mendes.

O executivo prevê que a alta do dólar favorecerá o turismo de lazer nos próximos meses, atenuando as perdas da indústria hoteleira em 2015 e em 2016.

“Mas o mais importante é que o PIB volte a crescer. Ele impacta diretamente no setor”, acrescenta.

A rede fechou neste ano 35 novos contratos. O número está na média do registrado nos últimos cinco anos, mas inferior ao de 2014, quando foram quase 60.

Corrupção interna

Cerca de 23% das empresas brasileiras adotaram novas medidas anti-fraude nos últimos 12 meses, segundo pesquisa da Grant Thornton.

“Os executivos tratam a corrupção interna como exceção, mas sabemos que é regra. Não há uma política de prevenção”, diz Ricardo Contieri, diretor da consultoria.

Os problemas mais comuns são conluios de funcionários com fornecedores e desvio de dinheiro.

“Falta um treinamento geral para uma cultura contra fraudes. Quando há uma acusação, é preciso ter uma resposta padronizada.”

A melhor iniciativa contra a corrupção interna é a criação de uma divisão para receber denúncias e investigar caso um funcionário seja acusado, afirma Contieri.

Contas em atraso

A falta de pagamento de salários foi uma das principais causas de endividamento dos consumidores brasileiros no último trimestre, antes do desemprego, segundo pesquisa da Recovery, empresa de cobrança de dívidas.

Nesse mesmo período, o descontrole nas contas ainda era o principal responsável pela demora nas quitações, apontado em 40% das ocorrências de dívidas, de acordo com o levantamento.

O segundo motivo era o não pagamento de salários por parte das empresas, apontado por 30%. O desemprego foi a causa do endividamento de 28%.

O cartão de crédito foi a maior fonte de inadimplência, segundo a Recovery -origem de 70% dos casos.

A pesquisa ouviu 40 mil pessoas de todo o país.

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Demanda… A busca do consumidor brasileiro por crédito caiu 7,7% no acumulado deste ano, de acordo com levantamento da Boa Vista SCPC. Até outubro, na variação acumulada em 12 meses, houve uma retração de 8,3%.

…por crédito Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador obteve retração de 0,6%. A entidade avalia que a cautela do consumidor faz com que a demanda por crédito desacelere desde a metade de 2014.

Em alta As exportações do Brasil para o Iraque subiram 55% no acumulado do ano até outubro, em relação ao mesmo período de 2014. As vendas ao país chegaram a US$ 501,9 milhões, segundo a Câmara de Comércio Brasil-Iraque.

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