Em um cenário desolador com aumento de números de óbitos, (mais de 284 mil), falta de leitos na UTI nos hospitais, falta de medicamentos essenciais à qualidade da assistência e a manutenção da vida de pacientes em estado grave, uma economia em queda com o crescente número de endividamento, desemprego e de dificuldade de manutenção dos negócios para os pequenos e médios empresários, eis que, de forma irresponsável, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu no dia 17 de março, por unanimidade, elevar a taxa de juros de 0,75% para 2,75% ao ano.

A política do Governo de Jair Bolsonaro segue atendendo ao ensejo do mercado financeiro ofertando taxas de juros incompatíveis com a realidade da grande maioria da população e permitindo que os bancos pratiquem os valores a seu bel-prazer.

Não é de hoje que a prática do Governo tem sido o de ofertar tudo ao sistema financeiro enquanto restam à população e aos empreendedores, – os verdadeiros responsáveis pela movimentação financeira e geradores de empregos deste País -, lidar com a derrocada e com a mão pesada deste desgoverno.

Justo relatar que tal medida não nos surpreende tendo em vista que vem ao encontro da fala do Sr. Paulo Guedes quando afirmou que o Brasil tem que atender aos grandes conglomerados e ao sistema financeiro, já que a pequena empresa não dá resultado.

Mais uma vez, o Governo de Jair Bolsonaro se mostra indiferente ao sentimento da população, que além de uma crise sanitária e humanitária sem precedentes pela pandemia pelo coronavírus, ainda precisa lidar com a falta de sensibilidade em um momento que todos os esforços de socorro financeiro deveriam estar sendo direcionados aos pequenos e médios empreendedores que seguem reféns do sistema financeiro, com dívidas exorbitantes nos bancos, pois devem juros no cartão, altas nos aluguéis e tantas outras dificuldades para se manterem ativos no mercado.

E a fim de sangrar ainda mais a economia deste País, o BC também deixou em aberto a possibilidade de um novo aumento da mesma magnitude na próxima reunião, marcada para daqui a 45 dias. Se a previsão se cumprir, segundo matéria do portal UOL, os juros básicos da economia saltarão para 3,50% ao ano, o maior patamar desde maio do ano passado (3,75%).

E seguindo este percurso, o Governo Jair Bolsonaro já sinalizou não se importar com a derrocada deste País e parece estar mais preocupado em salvar a própria pele e de sua família.