Na sexta, a moeda fechou em alta de 0,38%, cotada a R$ 3,611.
No ano, o dólar acumula desvalorização de 8,54% sobre o real.

O dólar opera em queda nesta segunda-feira (30), em dia que deve ter baixo volume de negócios por causa do feriado nos Estados Unidos. Além disso, a cotação é infuenciada pela briga pela formação da Ptax, calculada pelo Banco Central no último dia do mês e que serve de base para vários contratos cambiais.

Às 9h40, subia 0,12%, a R$ 3,6154

“Com os EUA parados, o mercado aqui fica bem devagar”, disse à Reuters o superintendente regional de câmbio da corretora SLW João Paulo de Gracia Corrêa. O mercado brasileiro já vinha mostrando liquidez reduzida desde sexta-feira, na sequência do feriado nacional de Corpus Christi na quinta.

A longo prazo, no entanto, operadores afirmaram à Reuters que a moeda norte-americana tende a subir nos próximos meses conforme ficar mais claro que o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, deve elevar o juro mais cedo. Isso pode atrair para aquele recursos aplicados em outros mercados, motivando assim uma tendência de avanço do dólar.

No Brasil, o movimento deve ser influenciado também pelo cenário político, com muitos agentes financeiros evitando assumir riscos diante da perspectiva de que o governo do presidente em exercício, Michel Temer, enfrente dificuldades para aprovar no Congresso Nacional medidas de econômicas.

Segundo a Reuters, esses temores políticos têm sido acentuados pela série de notícias sugerindo que figuras importantes do PMDB e do próprio governo Temer se oporiam às investigações da operação Lava Jato. Na semana passada, isso resultou na exoneração do então ministro do Planejamento, o senador peemedebista Romero Jucá (RR).

“Não vejo o dólar voltando para abaixo de R$ 3,50 tão cedo”, disse o operador Glauber Romano, da corretora Intercam.

BC não interfere
Pelo sétimo dia seguido de negócios, o Banco Central não anunciou intervenção no câmbio.

A moeda norte-americana chegou a bater níveis mais baixos  que R$ 3,50 ao longo das últimas semanas, mas o Banco Central brasileiro frequentemente aproveitou a ocasião para intervir no câmbio.

Alguns operadores acreditam que o BC teria como objetivo combater a fraqueza do dólar para proteger as exportações, apesar do impacto inflacionário da alta da moeda dos EUA.

Semana passada
O dólar fechou em alta em relação ao real na sexta-feira (27), após declarações de Janet Yellen, chair do Federal Reserve, banco-central norte-americano, indicarem que os juros nos Estados Unidos devem subir em junho.

A moeda norte-americana subiu 0,38%, cotada a R$ 3,611. Na semana, o dólar subiu 2,64%.

Em maio, o dólar acumula alta de 4,97%. No ano, porém, há desvalorização de 8,54%.