Alvo de uma série de denúncias do Ministério Público do Pará a empresa Noruequesa  Norsk  Hydro  está sendo investigada por uma equipe de força-tarefa do Ministério Público Federal.

A empresa está com as atividades parcialmente suspensas no País por decisão judicial desde o dia 28 de fevereiro. Pesam sobre a empresa as denúncias de quase 2 mil processos por contaminação de rios e comunidades da cidade de Barcarena e de multas de R$ 17 milhões que segundo o Ibama desde 2009 não foram pagas

Moradores da Vila de Itupanema denunciaram, em 17 de fevereiro, que a comunidade foi alagada por uma água de coloração vermelha.

Segundo consta, as substâncias tóxicas contaminaram a água dos rios Paraná e igarapés. Um laudo divulgado no dia 22 de fevereiro pelo Instituto Evandro Chagas do Ministério da Saúde apontou os altos níveis de chumbo, alumínio e sódio.

“Essa contaminação é nociva às comunidades que utilizam os igarapés e rios em busca de alimento, com a pesca e também o lazer. Além disso, há a contaminação do meio ambiente como os seres vivos e plantas”, alertou o pesquisador em saúde pública do IEC, Marcelo de Oliveira Lima.

 

Empresa norueguesa admite vazamento

Após ter negado o vazamento, a mineradora Hydro Alunorte decidiu admitir que fez derrames não autorizados de dejetos no mês de fevereiro. O porta-voz da Hydro, Halvor Molland, admitiu que a empresa decidiu vazar as águas retidas em duas ocasiões, depois que chuvas pesadas aumentaram a pressão na planta de tratamento.

No dia 12 de março, segunda-feira, O MPF notificou a mineradora norueguesa Hydro Alunorte por novo ponto de vazamento. O órgão deu prazo de 48 horas para que a empresa faça a vedação do canal.

 

 

Líder comunitário foi assassinado

Líder da Associação dos Caboclos, Indígenas e Quilombolas da Amazônia – Cainquiama, Paulo Sérgio Almeida Nascimento, de 47 anos, foi assassinado em sua residência em Barcarena. Testemunhas indicam que havia pessoas esperando por Paulo Sérgio na porta de casa. Ele foi alvejado por disparos quando se levantou de madrugada para usar o banheiro na área externa da residência.

Segundo informações o líder da Cainquiama indagava junto à Prefeitura de Barcarena, no Pará, se a empresa norueguesa Hydro possuía autorização para construção das bacias de rejeito.

O advogado da Cainquiama, Israel Moraes, destacou que a vítima não tinha inimigos, mas enfatizou que membros da diretoria da entidade estavam recebendo ameaças de mortes feitas por supostos policiais que fazem a segurança particular da refinaria

A Corregedoria-Geral da Polícia Militar já instaurou Inquérito Policial Militar – IPM para apurar as denúncias de que policiais militares teriam ameaçado e invadido as residências das lideranças comunitárias.