Confiança se afastou do mínimo histórico de dezembro, diz FGV.
Segundo fundação, ritmo de queda do consumo vem se arrefecendo.

A confiança do comércio avançou 2,8 pontos entre maio e junho de 2016, ao passar de 70,9 para 73,7 pontos, o maior nível desde maio de 2015 (75,3), segundo a Fundação Getulio Vargas.

“Com alta consistente no bimestre maio-junho, a confiança do comércio se afasta do mínimo histórico de dezembro passado. A combinação de relativa estabilização do índice da situação atual e alta expressiva do índice de expectativas no ano sugere que o ritmo de queda do consumo vem se arrefecendo em 2016 e que o setor vai se tornando gradualmente menos pessimista em relação à evolução futura da economia. A manutenção de níveis elevados de incerteza política, no entanto, pode dificultar novos avanços.”, afirma Aloisio Campelo Jr., superintendente adjunto para Ciclos Econômicos da FGV/IBRE.

O Índice da Situação Atual avançou 2,4 pontos, para 64,9 pontos, enquanto o Índice de Expectativas (IE-COM) subiu 3,3 pontos, para 83,6 pontos, o maior desde janeiro do ano passado (84,9). “A alta dos dois indicadores é uma boa notícia, mas a evolução novamente mais expressiva do IE-COM levou à distância recorde de 18,7 pontos entre os dois indicadores”, diz a FGV.

Serviços
No confiança de serviços, alta foi de 1,9 ponto entre maio e junho, ao passar de 70,5 para 72,4 pontos.

Nove das 13 atividades pesquisadas registraram alta da confiança. A evolução do índice foi determinada pela combinação de altas em relação ao momento atual e nas expectativas para os próximos meses.

O índice de situação atual subiu 1 ponto, para 67,5, e o índice de expectativas avançou 3 pontos, alcançando 78 pontos. Com o resultado, o índice de expectativas abriu uma distância recorde de 10,5 pontos em relação ao índice de situação atual e apresentou a primeira variação interanual positiva (2,9 pontos) desde novembro de 2012.

Na evolução do pessoal ocupado, no segundo trimestre houve a primeira alta em relação ao trimestre anterior desde o primeiro trimestre de 2012: 1,8 ponto, ao subir para 83,3 pontos. O movimento é determinado principalmente pela migração de empresas que anteriormente previam diminuição de vagas nos três meses seguintes e agora preveem estabilidade. “A moderação no ritmo de cortes de postos de trabalho num setor responsável por aproximadamente 60% da população ocupada pode vir a atenuar o quadro desfavorável do mercado de trabalho nos próximos meses”, analisa Silvio Sales.