Em meio a essa crise financeira e sanitária sem precedentes com a pandemia mundial pelo Coronavírus (COVID -19), desemprego e economia estagnada, muito se fala que estamos nos preparando para o novo normal. Mas afinal, como se pode falar em novo normal, se a economia se arrasta com altos níveis de desemprego e uma recuperação que está longe de ser a ideal? E ainda mais, a tempestade é a mesma, mas cada um a enfrenta com um tipo de embarcação.
A COVID-19 descortinou o Brasil. Sabíamos de nossa desigualdade econômica e social, mas ela foi escancarada. Se não bastassem, todos os problemas com a saúde, a economia arremessou muita gente em mar aberto e sem colete de proteção. O Governo que detém a máquina, nada de braçada e se mantém a margem de qualquer bom senso, tanto no tocante quanto as medidas sanitárias quanto às econômicas e busca a todo custo arrecadar mais dinheiro e opta pela criação de mais tributos e a velha prática de gerar recursos com juros estratosféricos. Há uma considerável parcela da população, os autônomos, médios e pequenos empresários que tentam se reinventar, mas estão em total desvantagem, pois não há apoio do Governo e muito menos das instituições financeiras que insistem em juros abusivos, o que é inviável para quem está sem produzir há quase cinco meses. Conclusão: Muitos estão fechando as portas. Podemos dizer que esses tentavam navegar em barquinhos de papel que desmancharam com a força da tempestade.
Aí, temos a grande e maciça maioria da população, que já viu a embarcação naufragando e estão grudados em carcaças do barco. Eles estão lutando bravamente para não morrerem de fome.
Muitos se veem às voltas do desemprego, falta de perspectiva escolar, doença familiar, luto e com uma dose ínfima de esperança, afinal, os especialistas explicam que o mercado, ainda que retome a economia, não vai ter força para reabsorver todos os que foram demitidos nos últimos meses, já que a recuperação econômica vai ser lenta e, com isso, no fim do ano, o saldo do emprego ainda será negativo.
Ao longo de décadas temos insistindo também para que o Governo assuma o seu papel de grande promovedor de incentivos sociais e econômicos a todos e de forma igualitária e não alimente a ganância do sistema financeiro, que sabemos nada mais é que um jogada política para se manter no poder. Ainda que o grande prejudicado seja o trabalhador.

 

Eleições 2020: Em um ano eleitoral, em especial com a escolha de prefeito e vereadores, lembramos você ,eleitor, que atente-se aos candidatos que têm compromisso com as causas dos trabalhadores. Reiterando também que é o legislativo que aprova as leis que vão impactar a vida do trabalhador, como impostos, questões de infraestrutura, entre outros assuntos pertinentes.
Portanto, faça sua escolha consciente e com compromisso. A democracia é a nossa maior aliada e deve ser preservada por todos nós.

 

E mesmo enfrentando essas adversidades, nós representantes dos trabalhadores Químicos seguimos na luta por inúmeras conquistas e iniciando mais uma Campanha Social e Salarial, conhecedores das dificuldades enfrentadas pelo setor, seguimos empenhando esforços para obter uma proposta condizente com a praticada nos últimos anos e com garantia de direitos.

Dados do setor: Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Caged de junho de 2020 divulgado pelo DIEESE, a indústria química brasileira gerou 4.973 postos de trabalho formais. No acumulado de janeiro a junho de 2020 o saldo de movimentação foi negativo em 28.759, com destaque para os setores de fabricação de açúcar bruto e refinado e minérios.
A partir do estoque de trabalhadores formais da RAIS 2018 e do saldo de movimentações do Caged, estima-se que existam atualmente cerca de 1.617.345 empregos formais na indústria química brasileira.
Mesmo cientes de que o Brasil precisa reativar os postos de trabalho e, especialmente, retomar a economia ao patamar aceitável para que os empresários tenham fôlego para reaquecer o mercado e a produção, nós do Sindicato dos Químicos de Guarulhos e Região – SindiQuímicos, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico – CNTQ e Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas do Estado de São Paulo – FEQUIMFAR, seguimos alertas, confiantes e dispostos ao diálogo para buscar sempre o melhor ao trabalhador do setor Químico, pois, entendemos que todos vocês, são aguerridos e protagonistas, dessa grande engrenagem, que é o nosso País. Seguimos na luta e sempre adiante!