Assina SilvanEm 2015, os brasileiros enfrentaram o fechamento de postos de trabalho em decorrência das dificuldades econômicas no país. Em 2016, o cenário pode se repetir, segundo avaliação de especialistas. Esta perspectiva desoladora passa pela indicação negativa de nossa economia.

A manutenção da Selic em 14,25% ao ano, longe de parecer uma decisão acertada do BC tem trazido desconfianças, afinal, analistas criticaram a comunicação do BC, que anteriormente informava que adotaria as medidas necessárias para controlar a inflação, ou seja, que elevaria a Selic. Para alguns analistas, o BC, mais uma vez foram motivados  por “pressões ocultas” ao mudar a comunicação e tomar a decisão de manter a Selic.

E não é de hoje que insistimos que a manutenção da Selic em índices estratosféricos tem sido o desacerto do governo que insiste em beneficiar o setor financeiro em detrimento aos demais setores de nossa economia, além de aumentar as dívidas da união, estados e municípios. O aumento da Selic não irá inibir o crescimento da inflação  pois,   o que tem provocado o aumento da inflação tem sido gerado pelos constantes aumentos gerados em serviços e produtos controlados pelo Governo.

Com a Selic neste patamar os juros para crédito são ampliados e os investimentos que deveriam melhorar o desempenho da economia vão para a especulação  financeira.

E não é de hoje que reiteramos que quando há elevação da taxa Selic, a demanda por produtos e serviços é afetada, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam as pessoas a economizar em vez de gastar.  Quando há redução da Selic, o efeito é o contrário: incentiva produção e consumo, mas alivia o controle da inflação. Nas suas decisões, o BC tem que decidir se no momento a prioridade é controlar a inflação ou estimular a economia. Além de afetar a demanda, a elevação da taxa influencia também as expectativas com relação à inflação.

Como justificativa a sua última decisão, o Copom informou que considerou não apenas a inflação, mas o atual balanço de riscos do país, as incertezas domésticas e principalmente externas. Em meio a este cenário, o mercado aguarda uma explicação convincente.

Mas todos nós sabemos,  que nem toda a explicação será capaz de neutralizar o efeito da crise.

Todos nós estamos cansados de saber que  a política monetária do governo Dilma privilegia os banqueiros. Atualmente, a dívida interna brasileira poderá fechar 2016 em aproximadamente  R$ 3,1 trilhões. É sobre esse valor astronômico que incidirá os 14,25% de juros da Selic, correspondente a aproximadamente R$ 441, 75 bilhões.

A grande celeuma desta país é  que uma administração ineficiente não consegue fazer investimento em Saúde, Transportes, Educação, Segurança Pública apenas com o dinheiro arrecadado de impostos. É quando entram em ação os títulos do tesouro nacional, que serve para obter recursos para o governo. Na contramão desta transação milionária estão os trabalhadores que estão tendo seus benefícios tirados, por meio de reformas que não levam a nada, a não ser ao prejuízo do trabalhador, isto sem falar o quanto há de perdas sem a correção da tabela do IR.

O cenário atual é alarmante. Indústrias estão demitindo. Postos de emprego estão sendo eliminados e a população produtiva aumenta a fila de desempregados em busca de uma nova oportunidade nas Agências de emprego.

Em meio a esta perspectiva negativa ainda teremos que conviver com o “fantasma” do retorno da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira –  CPMF. Que tem alíquota prevista de 0,20% (com redução do IOF). A expectativa da arrecadação é de R$ 32 bilhões.

Passou da hora do governo assumir outra postura e integrar todos os setores de nossa economia em suas benesses. O incentivo à produção e ao emprego passa, com certeza, pela mudança deste comportamento do governo.

Necessário se faz que o governo negocie a dívida interna com estados e municípios de forma a criar condições para que possa se ter investimentos nestas localidades.

Mas com base nos discursos do governo, todo o incentivo positivo está longe de se tornar uma realidade. Atitude que nós do movimento sindical temos combativo, veementemente, mas infelizmente, pelo menos por enquanto,  nem todo nosso empenho tem sido capaz de motivá-los a mudar tal comportamento. Quem perde com tudo isto é o País e os trabalhadores de todos os setores de nossa economia.