O Sindicato dos trabalhadores nas indústrias químicas, farmacêuticas, abrasivos, material plástico, tintas e vernizes, fibras, reciclagem plástica, setor de transformação, o SindiQuímicos atua nas regiões de Guarulhos, Mairiporã, Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato, Bom Jesus dos Perdões, Nazaré Paulista e Igaratá, a história da entidade está marcada por conquistas e por garantir a manutenção de direitos da Classe Trabalhadora. 

 

 Com mais de 30 mil trabalhadores em sua base, o SindiQuímicos foi a primeira entidade a conquistar a estabilidade da empregada gestante, num julgamento do dissídio no TST, em 1972, o que anos mais tarde se transformou em lei, beneficiando as trabalhadoras de outras categorias, cláusula que vem sendo ampliada, a exemplo da Convenção Coletiva de Trabalho das categorias que recomenda o auxílio por filho excepcional (extensão de benefícios), além do reconhecimento da união estável de pessoas do mesmo sexo; garantias salariais nas rescisões contratuais, entre outros.

 

Destacam-se as importantes conquistas como a redução da jornada beneficiando diversos trabalhadores que compõem nossa base em que as 40 horas já são praticadas, com abrangência pioneira extensiva e assegurada em Convenção Coletiva de Trabalho aos Farmacêuticos do Estado de São Paulo, além das manifestações em defesa da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem perdas salariais.

 

O Sindicato destaca a conquista de 180 dias de licença-maternidade para as trabalhadoras do setor Farmacêutico, bem como o Pacto Tripartite para Inserção das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho para o setor Farmacêutico em todo o Estado de São Paulo e a criação do departamento de Inclusão Social em 2007.

 

Nas Convenções Coletivas foram conquistadas cláusulas que vão sendo melhoradas a cada ano, como a  ampliação e cumprimento de cláusulas sociais e acordo de Participação de Lucros ou Resultados – PLR. Estas conquistas têm possibilitado a melhoria da qualidade de vida do trabalhador e de seus familiares, bem como seu poder de compra a participação ativa no mercado interno.

 

Bem-estar do trabalhador

O SindiQuímicos oferece aos seus associados e sócios voluntários, convênio médico, além de seguro de acidente pessoal, convênios laboratoriais, clínicos, odontológicos, farmacêuticos, educacionais, ensino de idiomas, de informática, esportes, cultura e salão de beleza, que funciona em amplas instalações na sede da entidade. O lazer e o bem-estar do trabalhador, juntamente com sua família, são contemplados pelo Clube de Campo, em Mairiporã e a Colônia de Férias, em Caraguatatuba, além do Espaço de Lazer e Eventos do SindiQuímicos que proporciona inúmeras atividades sociais e esportivas em Guarulhos com Quadra Poliesportiva (Festival de Futsal), Academia, Sauna, Futsal para as crianças, além de um Espaço Multifuncional de Eventos. Nos diversos departamentos, a sede dispõe de infraestrutura que viabiliza o atendimento ao trabalhador de forma ágil e dinâmica.

 

Atuação na sociedade civil

A participação do SindiQuímicos, como entidade representativa de trabalhadores, em atos promovidos pelas entidades da sociedade civil é de grande destaque. Importantes e imprescindíveis têm sido as participações do SindiQuímicos empunhando a bandeira da pauta trabalhista.

 

Importante representatividade no Movimento Sindical 

Presente nos movimentos sindicais de abrangência nacional, o SindiQuímicos é uma entidade com importante representatividade para a Categoria dentro de entidades nacionais como Força Sindical Nacional, Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Químico – CNTQ, entidade da qual o Antonio Silvan é presidente, IndustriALL Global Union. Além de entidades estaduais e municipais na luta e defesa do direito do trabalhador, como Força Sindical Estadual e Nacional, Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo – FEQUIMFAR e Força Sindical Regional Guarulhos. Toda esta atuação consolidou o Setor Químico e farmacêutico no Brasil, além de propiciar uma importante contribuição para assuntos de interesse social, econômico de toda a sociedade, em que está inserido.

 

   A história do SindiQuímicos 

Antonio Rodrigues de Freitas levou os primeiros militantes para se reunirem em sua casa, na Rua Luzia Balzani, Vila Moreira, região Central da cidade. “Não imaginávamos que o Sindicato cresceria tanto”, recorda. As primeiras deliberações eram feitas em intervalos de trabalho, almoços, jantares, encontro em botecos e bares da região. Na casa de dois quartos, sala, cozinha e banheiro, o espaço era dividido com os primeiros membros da categoria. Segundo Freitas, a primeira assembleia destruiu o jardim da casa por causa do número de pessoas presentes. “Os primeiros membros fundadores foram o Ângelo Dantas Dias, Otávio de Oliveira Barbosa, Humberto Alves de Carvalho, Laudivino e José Dijoli”, lembra Freitas, que reconhece a importante atuação dos companheiros.

O primeiro presidente foi Ângelo Dantas Dias, quando o Sindicato ainda era uma associação. A associação mantinha em sua casa uma cooperativa de alimentos, dentista e cabeleireiro. Em 1965, outras categorias passaram a procurar a entidade e a casa da Rua Luzia Balzani ficou pequena para as assembleias, que eram realizadas no quintal da frente da residência e parte da rua. Em 1966 foi comprado o terreno da atual sede, inaugurada no início da década de 80. Na metade dos anos 70, o SindiQuímicos conquistou a estabilidade para gestantes, que anos mais tarde se transformou em Lei, beneficiando todos os trabalhadores de outras categorias. Depois conseguiu a inclusão da média das horas extras habituais incorporadas às férias e ao 13º salário e aos valores das verbas rescisórias.

 

Um ideal 

Nesta tarefa de criar a associação, os trabalhadores tiveram a importante colaboração de Evaristo Gimenes, falecido em 2010, grande articulador do Partido Comunista do Brasil, o Partidão e importante líder sindical e político de Guarulhos. Eldemir Aguiar, um dos principais articuladores da fundação do Sindicato, também faz questão de recordar esta época. Ele que vinha de uma experiência positiva do setor metalúrgico foi à Federação dos Químicos buscar elementos para as primeiras articulações. “Lá na Federação obtivemos importantes direcionamentos para as primeiras ações. Foi uma fase muito importante de nossa vida e de conquista para a categoria”, fala.

 

Antonio de Freitas reconhece a positiva participação de Eldemir na articulação da então associação. “O Eldemir nos representou em encontro com Franco Motoro no Sindicato dos Metalúrgicos”, disse. A tarefa de fundar o SindiQuímicos não foi bem recebida pela Norton, onde trabalhava a maioria da diretoria da entidade, havia muitas especulações e logo a empresa começou a demitir os funcionários ligados ao sindicalismo. “Em 1961 fizemos uma greve por causa disto”, lembra Freitas. Quem sustentava o Sindicato era a diretoria, que se cotizava entre si para tocar o Sindicato.

 

Apesar das dificuldades, esta primeira diretoria trabalhou bastante. Comprou o terreno onde se localiza a sede central da entidade, criou uma cooperativa e participou ativamente das mobilizações sindicais antes do golpe militar de 1964.

 

Intervenção Militar 

Durante os governos militares, líderes sindicais de todo o país foram parar na cadeia, na clandestinidade e no exílio. Em 1964, toda a diretoria foi cassada e o Sindicato ficou sob intervenção. Mas os químicos nunca desistiram de lutar pela redemocratização do País. Só depois de 1978 é que os sindicatos voltam a respirar. Com o Regime, um interventor (Joel Scatolin, funcionário da Norton) passou a presidir o Sindicato. Quando os militares assumiram o poder, a primeira ação do então presidente, Raimundo Pereira dos Santos, foi queimar vários documentos do arquivo, inclusive fotos. Assustado, Raimundo se afastou do Sindicato e mudou-se para o Nordeste. Esta época foi de muita dificuldade, poucas ações e preocupações para quem permaneceu no Sindicato.

 

“O primeiro ato dele foi proibir qualquer tipo de reunião no local. Mas ignoramos e continuamos a militância até conseguirmos tirá-lo”, diz Antonio Cardoso dos Santos, ex-presidente em duas gestões (1967/70 e 1973/76). “Foi neste período que enfrentamos a dura barra da repressão”, fala João Pedro da Silva, ex-presidente da entidade entre 1970 a 1973 e 1976 e 1988. Em 1966 foi comprado o terreno da atual sede. A construção foi iniciada em meados de 1980 e a inauguração aconteceu em 1982.